A ameaça de uma pandemia mundial gerada pelo vírus A (H1N1) tem impulsionado a venda de máscaras cirúrgicas no Japão, país onde esse mercado já movimenta mais de 1 bilhão de dólares por ano. As ações de uma das principais fabricantes do produto cotadas na Bolsa de Tóquio, a Daiwabo, encerraram a última sexta-feira (1º) com valorização de 56,2% em relação ao mês anterior. Já os papéis de outra gigante desse segmento, a Unicharm, atingiram o maior preço do ano (70,16 dólares) no mesmo dia.
As máscaras cirúrgicas começaram a ser usadas no Japão após a Segunda Guerra Mundial, quando o objeto era visto como solução para se enfrentar o ar seco do inverno. Mas foi em meados dos anos 1980 que o produto se popularizou entre os japoneses, que passaram a adotá-lo também para combater a alergia do pólen, bastante comum no mês de abril, início da primavera no país.
Pessoas usam máscara em metrô de Tóquio
Apesar de ainda não ter havido casos de infectados pela gripe suína no Japão, as autoridades sanitárias já iniciaram campanhas de prevenção à doença na internet. Governos de cidades com grande concentração de estrangeiros, como Hamamatsu – onde está a maior comunidade brasileira no arquipélago –, já divulgaram um manual de “etiqueta da tosse” a fim de conscientizar a população quanto aos perigos do novo vírus e incentivar o uso da máscara, principalmente em locais públicos.
Nas farmácias do Aeroporto Internacional de Narita, o maior do Japão, as vendas desse item subiram cerca de 30% na semana passada, segundo relataram os jornais locais. Por conta do aumento na procura, a Daiwabo já declarou à imprensa que irá aumentar a produção de máscaras para suprir os próximos meses. Os fabricantes japoneses também planejam investir em suas filiais no exterior, com o objetivo de atender a demanda internacional.
Mercado em expansão
Atualmente, 80% das máscaras comercializadas no Japão são descartáveis. Um pacote com cinco unidades do produto custa ao consumidor pouco mais de 5 dólares, como é o caso da linha de produtos da Unicharm. A empresa aumentou a sua participação neste mercado ao lançar, em 2003, um uma máscara tridimensional que se adapta ao formato do nariz e evita incômodos durante o uso, como o embaçamento dos óculos causado pela respiração.
Folheto explicativo da empresa Unicharm
Com o objetivo de aumentar o grupo de consumidores, parcerias com a indústria da moda e de entretenimento também vêm sendo feitas ao longo dos anos. Uma dessas iniciativas foi lançada pela Kowa em 2005, quando a empresa, considerada uma das líderes do segmento, personalizou o seu produto para o público feminino ao criar uma máscara cor-de-rosa. A resposta da concorrente Unicharm veio dois anos depois, com o lançamento de uma coleção de máscaras no site girlsgate.com, um blog de moda e variedades mantido por jovens celebridades japonesas.
* Texto e Fotos
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