Terça-feira, 10 de junho de 2025
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A ameaça de uma pandemia mundial gerada pelo vírus A (H1N1) tem impulsionado a venda de máscaras cirúrgicas no Japão, país onde esse mercado já movimenta mais de 1 bilhão de dólares por ano. As ações de uma das principais fabricantes do produto cotadas na Bolsa de Tóquio, a Daiwabo, encerraram a última sexta-feira (1º) com valorização de 56,2% em relação ao mês anterior. Já os papéis de outra gigante desse segmento, a Unicharm, atingiram o maior preço do ano (70,16 dólares) no mesmo dia.

As máscaras cirúrgicas começaram a ser usadas no Japão após a Segunda Guerra Mundial, quando o objeto era visto como solução para se enfrentar o ar seco do inverno. Mas foi em meados dos anos 1980 que o produto se popularizou entre os japoneses, que passaram a adotá-lo também para combater a alergia do pólen, bastante comum no mês de abril, início da primavera no país.



Pessoas usam máscara em metrô de Tóquio

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Apesar de ainda não ter havido casos de infectados pela gripe suína no Japão, as autoridades sanitárias já iniciaram campanhas de prevenção à doença na internet. Governos de cidades com grande concentração de estrangeiros, como Hamamatsu – onde está a maior comunidade brasileira no arquipélago –, já divulgaram um manual de “etiqueta da tosse” a fim de conscientizar a população quanto aos perigos do novo vírus e incentivar o uso da máscara, principalmente em locais públicos.

Nas farmácias do Aeroporto Internacional de Narita, o maior do Japão, as vendas desse item subiram cerca de 30% na semana passada, segundo relataram os jornais locais. Por conta do aumento na procura, a Daiwabo já declarou à imprensa que irá aumentar a produção de máscaras para suprir os próximos meses. Os fabricantes japoneses também planejam investir em suas filiais no exterior, com o objetivo de atender a demanda internacional.

Mercado em expansão

Atualmente, 80% das máscaras comercializadas no Japão são descartáveis. Um pacote com cinco unidades do produto custa ao consumidor pouco mais de 5 dólares, como é o caso da linha de produtos da Unicharm. A empresa aumentou a sua participação neste mercado ao lançar, em 2003, um uma máscara tridimensional que se adapta ao formato do nariz e evita incômodos durante o uso, como o embaçamento dos óculos causado pela respiração. 

Folheto explicativo da empresa Unicharm

Com o objetivo de aumentar o grupo de consumidores, parcerias com a indústria da moda e de entretenimento também vêm sendo feitas ao longo dos anos. Uma dessas iniciativas foi lançada pela Kowa em 2005, quando a empresa, considerada uma das líderes do segmento, personalizou o seu produto para o público feminino ao criar uma máscara cor-de-rosa. A resposta da concorrente Unicharm veio dois anos depois, com o lançamento de uma coleção de máscaras no site girlsgate.com, um blog de moda e variedades mantido por jovens celebridades japonesas.

* Texto e Fotos

Medo da gripe impulsiona venda de máscaras cirúrgicas no Japão

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