Atualização às 16h47
As projeções sobre os resultados do 2º turno das eleições legislativas na França, neste domingo (07/07), indicam a vitória da aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP), com o bloco centrista do presidente Emmanuel Macron em segundo lugar, e a extrema direita liderada por Marine Le Pen sendo a terceira força.
De acordo com as estimativas divulgadas pelo instituto de pesquisa Ipsos, a NFP garantirá de 172 a 192 cadeiras no Parlamento, enquanto o bloco do mandatário ficará com 150 a 170. Por fim, a extrema direita deverá lucrar de 131 a 152 assentos.
As pesquisas da Opinionway e da Ifop, por sua vez, indicaram que a NFP poderá conquistar nas eleições de 180 até 210 ou 215, respectivamente. Os números oficiais ainda não foram comunicados.
Com essa quantidade, apesar do quase certo triunfo, a esquerda não conseguirá formar maioria para indicar um primeiro-ministro, já que precisaria de pelo menos 289 cadeiras. A partir de agora, Macron e a NFP deverão iniciar intensas negociações.
Após a divulgação das primeiras projeções, Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda, proclamou que a união da esquerda “salvou a República” e e comentou sobre “difícil cenário” da campanha, que apontava vitória para extrema direita.
Mélenchon ainda declarou que Nova Frente Popular “deve governar” e que os franceses “rejeitaram a pior solução”, referindo-se à extrema direita.
Les composantes du #NouveauFrontPopulaire se sont montrées à la hauteur.
La gauche unie a sauvé la République. Elle peut commencer l’œuvre écologique et sociale dont notre peuple, notre époque, notre monde, notre Europe ont tant besoin.#ElectionsLegislatives2024 pic.twitter.com/XznR3LNqFT
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) July 7, 2024
“A extrema direita está longe da maioria. O resultado eleitoral é o resultado de um magnífico esforço de mobilização”, declarou.
Apesar das negociações que a coalizão de esquerda e o presidente devem fazer para governar a França, uma união de forças contra a extrema direita e o fascismo que dominou o 1º turno e as projeções para o 2º não ficou clara no discurso de Mélenchon.
Pelo contrário, o líder de esquerda declarou que “Macron deve se curvar e admitir que foi derrotado, e o primeiro-ministro [Gabriel Attal] deve ir embora”, acrescentou.
Por sua vez, Macron também pronunciou-se diante dos resultados prévios, e celebrou que o “bloco centrista está vivo” e pediu “cautela”, pois os resultados não respondem à questão de “quem deve governar”.
Já Jordan Bardella, que era cotado para ser premiê caso o RN obtivesse maioria, analisou que a legenda “alcançou o resultado mais importante de toda a sua história”, mas lamentou que “perigosos acordos eleitorais” tenham privado a população de uma “política de recuperação”.
O histórico pleito em território francês registrou a taxa de participação mais alta em 40 anos, com uma estimativa de 67% de eleitores que compareceram às urnas.
(*) Com Ansa