Mercados se recuperam após Trump anunciar pausa de 90 dias do tarifaço
Semana marca período de maior volatilidade nas bolsas financeiras desde a pandemia de covid-19
Após o anúncio de Donald Trump de suspender por 90 dias as “tarifas recíprocas” contra os países e de retomá-las com uma tarifa reduzida de 10% de todos os parceiros comerciais, com exceção da China, o mercado global de ações se estabilizou nesta quinta-feira (10/04).
Contra a China, que retaliou os Estados Unidos com uma taxa de 84% sobre os produtos americanos, Trump elevou a taxa anunciada de 104% nas importações chinesas para 125%. Pequim garantiu que não voltará atrás em sua decisão.
Nesta quinta-feira, entrou em vigor as cobranças de 84% da China contra os produtos estadunidenses. As ações de Taiwan subiram 9,2% no início do pregão de quinta-feira. No Japão, o Nikkei 225 subiu 7,2%, enquanto em Seul o Kospi subiu mais de 5%. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 2,69%, enquanto o índice composto de Xangai saltou 1,29%.
Em Wall Street, o pregão fechou com o índice Dow em alta de quase 8%, enquanto o Nasdaq subiu 12,2% para seu melhor dia em 24 anos, após o anúncio da pausa.
Recuo de Trump
O recuo de Trump é atribuído à pressão dos mercados. Segundo pessoas próximas ao presidente, ouvidas pelo The New York Times, a turbulência econômica, em particular a escalada nos rendimentos dos títulos do governo, fez com que ele interrompesse o tarifaço nos próximos 90 dias.
Trump disse aos repórteres que “as pessoas estavam pulando um pouco fora da linha”. Nos bastidores, aponta NYT, “membros seniores da equipe de Trump temiam um pânico financeiro que poderia sair do controle e potencialmente devastar a economia”.
A decisão de foi motivada pelo medo, concreto, de uma crise financeira que, contrariamente às crises de 2008 e a da pandemia em 2020, agora a responsabilidade seria atribuída apenas a um homem, aponta o Times.
Entre os que seguraram Trump, está o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent e o vice-presidente JD Vance. Peter Navarro, conselheiro comercial da Casa Branca, por sua vez, é apontando como o mais agressivo na insistência pela política tarifária.
Após a mudança de rota, coube à equipe do governo Trump emplacar na mídia a versão de que, o tempo todo, era esse o plano de Trump. Segundo a Casa Branca, mais de 75 países entraram em contato em busca de negociações.
