As delegações do Mercosul e da União Europeia (UE) confirmaram nesta quarta-feira (07/08) que terão uma reunião presencial entre 4 e 6 de setembro, na capital federal de Brasília, com o objetivo de destravar as negociações para um acordo de livre comércio entre ambos os grupos.
A informação foi revelada pelos governos do Brasil e do Uruguai, país que exerceu a presidência rotativa do bloco comercial sul-americano em julho.
“Temos interesse em fechar o acordo”, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Montevidéu.
Já de acordo com a agência Reuters, um diplomata europeu ressaltou que o cronograma para as negociações “é realista”.
O tratado chegou a ser concluído em 2019, mas ele não foi ratificado devido à difícil relação do governo de extrema direita do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro com os europeus, ao aumento do desmatamento e ao não cumprimento de regras ambientais pelo Brasil.
As negociações foram reabertas em março de 2023, mas enfrentaram um novo impasse. A UE apresentou exigências ambientais que incomodaram o Mercosul, o qual interpretou as “preocupações europeias” como sendo uma medida protecionista. Durante meses, agricultores franceses, alemães e belgas realizaram protestos contra a concorrência de importações sul-americanas mais baratas.
Recentemente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o Mercosul está disposto a avançar nas negociações. No entanto, o mandatário culpou a UE pelo atraso nas tratativas, que foram paralisadas em abril para aguardar o resultado das eleições parlamentares realizadas em junho.
“Só não concluímos o acordo com a União Europeia porque os europeus ainda não conseguiram resolver suas próprias contradições internas”, disse Lula durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul, em Assunção.
(*) Com Ansa