Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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O Mercosul e o bloco de livre comércio europeu integrado pela Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein (EFTA) concluíram nesta quarta-feira (02/07) as negociações para um acordo comercial, que reunirá um mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e PIB de US$ 4,3 trilhões.

O anúncio foi feito durante a 66ª Cúpula do Mercosul, realizada na Argentina, entre esta quarta-feira e a próxima quinta (03/07).

Sem mencionar as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos aos produtos importados no mercado norte-americano, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que “diante do contexto internacional de crescente protecionismo e unilateralismo comercial, o Acordo MERCOSUL-EFTA é uma sinalização em favor do comércio internacional como fator para o crescimento econômico”.

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Por meio de uma nota, o governo brasileiro classificou o acordo alcançado com Associação Europeia de Livre Comércio, cujas negociações foram iniciadas em 2017, como “moderno e equilibrado”.

Segundo o Itamaraty, o pacto pode gerar “novas oportunidades para empresas e cidadãos brasileiros” e contribuir “para uma melhor inserção do Mercosul na economia internacional”.

“Considerados os universos agrícola e industrial, o acesso em livre comércio de produtos brasileiros aos mercados da EFTA chegará a quase 99% do valor exportado”, pontuou a chancelaria brasileira.

Acordo com EFTA foi feito durante 66ª Cúpula do Mercosul, na Argentina
Cancillería Argentina/X

Além das questões comerciais, o Itamaraty afirmou que o Brasil procurou garantir “espaço para políticas públicas na saúde, desenvolvimento científico, tecnológico, e investimentos sustentáveis” no texto acordado.

Em 2024, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões e importou US$ 4,1 bilhões em bens da EFTA. O governo brasileiro ainda ressaltou que “os países do bloco estão entre os maiores PIB per capita do mundo”.

“A Suíça é o 11º maior investidor estrangeiro direto no Brasil, com estoque de US$ 30,5 bilhões, e a Noruega é o principal doador do Fundo Amazônia, com contribuições da ordem de R$ 3,4 bilhões”, lembrou o Itamaraty.

A nota não deixou de mencionar o acordo de livre comércio que o Mercosul pretende adotar com a União Europeia, que teve suas negociações concluídas em 2024, mas está em impasse devido a exigências ambientais e de segurança para os produtores rurais europeus.

O governo brasileiro afirmou que o acordo com a EFTA “em conjunto com o acordo Mercosul-UE” possibilitará ao bloco sul-americano “acesso preferencial à quase totalidade dos mercados europeus” quando o pacto com a União Europeia for finalizado.

Em fase de revisão legal, os textos negociados entre o Mercosul e a EFTA devem ser divulgados em agosto e assinados ainda neste ano.