Mercosul fecha acordo de livre comércio com bloco de países europeus
Adesão com Associação Europeia de Livre Comércio foi anunciado contra ‘protecionismo comercial’ durante cúpula do bloco na Argentina
O Mercosul e o bloco de livre comércio europeu integrado pela Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein (EFTA) concluíram nesta quarta-feira (02/07) as negociações para um acordo comercial, que reunirá um mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e PIB de US$ 4,3 trilhões.
O anúncio foi feito durante a 66ª Cúpula do Mercosul, realizada na Argentina, entre esta quarta-feira e a próxima quinta (03/07).
EFTA and MERCOSUR conclude Free Trade Agreement negotiations!
The FTA creates a trade zone of nearly 300 million people and a combined GDP of over $4.3 trillion.
Read the joint statement 👉https://t.co/PBtnG0XslT
Learn more about the new #FTA ⬇️ pic.twitter.com/2PA1Cl1MMI
— EFTA Secretariat (@EFTAsecretariat) July 2, 2025
Sem mencionar as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos aos produtos importados no mercado norte-americano, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que “diante do contexto internacional de crescente protecionismo e unilateralismo comercial, o Acordo MERCOSUL-EFTA é uma sinalização em favor do comércio internacional como fator para o crescimento econômico”.
Por meio de uma nota, o governo brasileiro classificou o acordo alcançado com Associação Europeia de Livre Comércio, cujas negociações foram iniciadas em 2017, como “moderno e equilibrado”.
Segundo o Itamaraty, o pacto pode gerar “novas oportunidades para empresas e cidadãos brasileiros” e contribuir “para uma melhor inserção do Mercosul na economia internacional”.
“Considerados os universos agrícola e industrial, o acesso em livre comércio de produtos brasileiros aos mercados da EFTA chegará a quase 99% do valor exportado”, pontuou a chancelaria brasileira.

Acordo com EFTA foi feito durante 66ª Cúpula do Mercosul, na Argentina
Cancillería Argentina/X
Além das questões comerciais, o Itamaraty afirmou que o Brasil procurou garantir “espaço para políticas públicas na saúde, desenvolvimento científico, tecnológico, e investimentos sustentáveis” no texto acordado.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões e importou US$ 4,1 bilhões em bens da EFTA. O governo brasileiro ainda ressaltou que “os países do bloco estão entre os maiores PIB per capita do mundo”.
“A Suíça é o 11º maior investidor estrangeiro direto no Brasil, com estoque de US$ 30,5 bilhões, e a Noruega é o principal doador do Fundo Amazônia, com contribuições da ordem de R$ 3,4 bilhões”, lembrou o Itamaraty.
A nota não deixou de mencionar o acordo de livre comércio que o Mercosul pretende adotar com a União Europeia, que teve suas negociações concluídas em 2024, mas está em impasse devido a exigências ambientais e de segurança para os produtores rurais europeus.
O governo brasileiro afirmou que o acordo com a EFTA “em conjunto com o acordo Mercosul-UE” possibilitará ao bloco sul-americano “acesso preferencial à quase totalidade dos mercados europeus” quando o pacto com a União Europeia for finalizado.
Em fase de revisão legal, os textos negociados entre o Mercosul e a EFTA devem ser divulgados em agosto e assinados ainda neste ano.