Jorge sonhava em ser pai, mas ele é gay. Foi então que sua mãe se dispôs a ajudá-lo. A mexicana de 50 anos decidiu se tornar mãe e avó, cedendo seu útero para que o filho pudesse ter um bebê.
“Foi meu primeiro neto, e não o sinto assim porque também é meu quarto filho”, disse a mãe de Jorge, um empresário mexicano de 31 anos, entrevistada pelo jornal local Reforma.
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Em novembro de 2009, começaram as tentativas de inseminação artificial com o sêmen de Jorge e com os óvulos de sua melhor amiga, segundo reportagem do jornal argentino Clarín.
A ideia foi da mãe de Jorge, após ver em um documentário que o melhor útero para fertilização em casos de barriga de aluguel é o da avó. “Minha mãe me dizia 'pense no bebê, uma mãe substituta luta todo o tempo para não querer a criança porque sabe que não poderá ficar com ela. Mas eu não, vai ser meu neto'”, contou. Segundo ele, a mulher também quis “recompensar o filho porque anos antes ele havia doado um órgão a seu pai e salvou sua vida”.
Ainda que a mulher enfrentasse riscos por conta da idade, Jorge acredita que valeu a pena. A mãe-avó, que não quis se identificar, estava há 21 anos sem ficar grávida.
“Não me sinto nem como mãe, nem como avó. Quando me chamam de mãe, eu estranho, quando me chamam de avó, estranho também. Nunca me arrependi. Pelo contrário, é um gosto e um privilégio. É certo que sofri mudanças hormonais, logo comecei a engordar”.
No México, as leis permitem a prática da mãe substituta, desde que não haja negociação em dinheiro e se as mulheres tiverem parentesco em primeiro ou segundo grau, como avó, mãe, irmã.O bebê nasceu na última segunda-feira (1/11) com 2,4 quilos e 49 centímetros, chama-se Darío e terá os dois sobrenomes de seu pai.
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