A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta sexta-feira (24/01) que o país pretende oferecer cerca de 35 mil empregos para os mexicanos que forem deportados pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo a mandatária, a iniciativa será coordenada pelo Conselho de Coordenação Empresarial (CCE), uma entidade governamental dedicada a dialogar com o setor empresarial e colocar em práticas políticas nascidas desse diálogo.
Durante a coletiva de apresentação da nova política de apoio aos deportados, Sheinbaum evitou utilizar o termo “deportados”, preferindo chamá-los de “repatriados”. Ela explicou que uma das tarefas do Conselho será criar uma fórmula para que os mexicanos repatriados sejam realocados às mesmas áreas de trabalho que ocupavam nos Estados Unidos.
O líder do CCE, Francisco Cervantes Díaz, disse que já foram realizadas reuniões com a Confederação Patronal do México (Coparmex) e com diversas organizações de pequenos e médios empresários e comerciantes, na qual já teriam recebido a adesão de mais de 50 líderes dos setores empresariais mexicanos.
T-MEC
Na coletiva, Sheinbaum também falou sobre as relações e acordos com os Estados Unidos, e enfatizou a polêmica sobre o Acordo Comercial México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), surgida das declarações do presidente estadunidense Donald Trump sobre revisar os termos desse tratado.

Claudia Sheinbaum afirmou que programa de apoio a repatriados será executado pelo Conselho de Coordenação Empresarial, órgão do governo mexicano
Segundo a mandatária mexicana, “o que foi assinado (por Trump, nos decretos da última segunda-feira, 20/01) sobre essa questão (T-MEC) estabelece que seja iniciado um processo de revisão, como deve ser, ou melhor, um processo de consulta, dentro dos Estados Unidos para a revisão do tratado em 2026”.
A presidenta do México que seu país seguirá “trabalhando para fortalecer o acordo comercial que ajudou as economias dos três países”.
Sheinbaum também assegurou que tanto a postura do México com relação ao T-MEC, quanto o programa para ajudar os mexicanos vindos dos Estados Unidos não visam confrontar o presidente Trump.
“O apoio aos repatriados não é um plano temporário, mas de longo prazo, para além deste sexênio. O objetivo é garantir um crescimento econômico com desenvolvimento equitativo e sustentável do país”, disse a presidenta.
Vale lembrar que “sexênio” é o termo com o qual os mexicanos se referem aos mandatos presidenciais de seis anos do país – sem direito a reeleição. Assim, Claudia Sheinbaum, que assumiu seu “sexênio” em outubro de 2024, deve continuar no cargo até meados de 2030.
Com informações do La Jornada.