Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Em sua tradicional coletiva matutina, nesta sexta-feira (14/02), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que seu país não se opõe ao projeto lançado pelo governo dos Estados Unidos de declarar os cartéis do narcotráfico como “organizações terroristas”.

“Tenho entendido que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso, isso é o primeiro que tem que acontecer”, afirmou a mandatária latino-americana.

Porém, em seguida, Sheinbaum fez sim uma ressalva, recordando uma questão jurídica que envolve o conflito.

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“Nós iniciamos em 2021 uma demanda contra algumas fabricantes de armas dos Estados Unidos, e apresentamos uma série de indícios mostrando como elas colaboram com o tráfico de armas que chega até o nosso país. Se os grupos que recebem essas armas forem declarados como terroristas, teremos que estudar como expandir essas demandas, por se tratar de relações com grupos terroristas”, explicou a líder mexicana.

Efetivamente, o governo do México apresentou uma demanda contra algumas empresas de armas dos Estados Unidos em agosto de 2021, durante o governo do antecessor de Sheinbaum, o presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024).

O processo tramita no Tribunal Federal em Boston e alega que as empresas acusadas sabiam que estavam contribuindo para o tráfico ilegal de armas ao México.

Reprodução vídeo / Político.mx
Presidenta do México disse que projeto estadounidense poderia levar seu país a ampliar demanda judicial contra indústria de armas

A denúncia afirma que, a cada ano, mais de 500 mil armas são traficadas ilegalmente dos Estados Unidos para o México, e que somente em 2019 mais de 17 mil homicídios dolosos ocorridos no país latino-americano foram provocados por essas armas ilegais.

Na mesma coletiva, Sheinbaum afirmou que o governo do México já apresentou às autoridades do país vizinhos os levantamentos que comprovam que cerca de 74% das armas utilizadas dos grupos criminosos mexicanos provêm dos Estados Unidos. “São dados que as autoridades estadunidenses reconheceram como verídicos”, acrescentou.

“Como se posicionam as empresas de armas, e também as empresas distribuidoras de armas diante deste tema? Talvez seus advogados já estejam trabalhando nisso, pois eles podem ser cúmplices (de terrorismo)”, advertiu a presidenta.

Com informações de La Jornada.