Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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O Ministério da Defesa do México começou a transferir nesta terça-feira (04/02) as primeiras tropas do Exército e da Guarda Nacional para a fronteira norte do país, como parte do acordo alcançado com o governo dos Estados Unidos. No dia anterior, após negociações com a presidente Claudia Sheinbaum, o mandatário norte-americano Donald Trump recuou e suspendeu, por um mês, as tarifas de 25% que ameaçava impor sobre os produtos mexicanos.

De acordo com o periódico La Jornada, durante as primeiras horas desta manhã, mais de dois mil soldados se reuniram no Acampamento Militar 1-A, com sede na Cidade do México, para serem enviados à fronteira com os EUA, enquanto outros grupos partiram de locais como Campeche, Mérida, Quintana Roo e Yucatán.

Ainda no âmbito da estratégia de segurança nacional promovida por Sheinbaum, um contingente de 120 militares da Guarda Nacional foi mobilizado durante a manhã para a fronteira norte do país. Estes, que partiram a bordo de aeronaves militares, serão responsáveis por realizar patrulhas, revisões de veículos e operações de inteligência, com o objetivo de detectar e desmantelar redes de tráfico de drogas e colaborar estreitamente com outros órgãos de segurança estaduais e federais.

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A chegada das novas tropas à fronteira norte se soma às que já se encontram ativas em diversas atividades operacionais de todo o país. A ideia é integrar, ao todo, 10 mil agentes que deverão vigiar a área para fiscalizar o tráfico de drogas, especialmente o fentanil. 

Além da força-tarefa fazer parte do compromisso estabelecido com os EUA para conter a aplicação de tarifas, segundo o La Jornada, estas operações são “cruciais” dada a preocupação com o tráfico de fentanil e outros opioides sintéticos que “afetaram gravemente diversas comunidades no México e nos Estados Unidos”. Sheinbaum, inclusive, tem enfatizado a necessidade de uma resposta coordenada e eficaz no combate às drogas. 

Guarda Nacional/Gobierno de Mexico
Conforme o acordo com os EUA para a suspensão de tarifas, o Ministério da Defesa do México começou a transferir as primeiras tropas do Exército e da Guarda Nacional para a fronteira norte do país

Suspensão de tarifas ao Canadá

Depois do México, o governo do Canadá, que também estava ameaçado pelas medidas comerciais de Trump, chegou a um acordo na segunda-feira (03/02) com o país vizinho. Washington suspendeu por um mês a aplicação de tarifas de 25% a produtos canadenses, enquanto Ottawa se comprometeu a ordenar o envio de mais forças de segurança na fronteira e a classificar os cartéis de drogas mexicanos como terroristas.

As negociações ocorreram em meio a um “confronto comercial”, no qual o governo canadense chegou a anunciar uma retaliação ao confirmar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Justin Trudeau afirmou que teve “uma boa conversa” com Trump.

Trump também confirmou o acordo na plataforma Truth Social, ao destacar que “o Canadá concordou em garantir que tenhamos uma fronteira norte segura, bem como acabar com o flagelo das drogas, como o fentanil, que entram em nosso país e matam centenas de milhares de americanos, enquanto destroem famílias e comunidades em todo o país”.

De acordo com Trudeau, o Canadá implementará um plano de US$ 1,3 bilhão”, reforçando a fronteira com novos helicópteros e tecnologia, e mobilizando também cerca de 10 mil soldados para vigiar a área. Além disso, comprometeu-se a classificar os cartéis de drogas como uma organização terrorista”, assim como Trump.

Garantiremos que haja olhos 24 horas por dia, 7 dias por semana na fronteira e criaremos uma força conjunta EUA-Canadá para combater o crime organizado, o fentanil e a lavagem de dinheiro, disse o premiê.

Após o anúncio da suspensão das tarifas, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, que ameaçou suspender o contrato com os serviços de internet via satélite Starlink, fornecidos pela empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE), voltou atrás e declarou que interromperá todas as medidas de retaliação contra os EUA.