Quase um ano depois do vazamento de metais pesados no rio Sonora, no nordeste do México, exames detectaram traços de arsênico, cobre, alumínio e ferro no sangue de moradores abastecidos pela água da região, revelou uma investigação divulgada nesta sexta-feira (24/07). A contaminação foi feita por uma mineradora ligada ao Grupo México, um dos maiores conglomerados do país.
Tadeo Vargas/ Flickr/ CCA
Procuradoria Federal de Proteção ao Ambiente monitora diariamente o rio Sonora para verificar nível de contaminação
O vazamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2014. Os resíduos tóxicos, segundo o jornal El Universal, percorreram quase 190 quilômetros do Sonora até chegarem à represa de El Molinito, que abastece os habitantes da cidade de Hermosillo – onde a contaminação foi detectada. A região tem cerca de 6.000 habitantes.
Seis pessoas (quatro mulheres e dois homens), entre 15 e 66 anos, foram testadas e todas deram positivo para arsênico e cobre; quatro, para ferro; e uma, para alumínio. Uma norma internacionalmente adotada define que o normal seria ter menos de 1 micrograma/litro de sangue destes componentes. Os exames, nestas pessoas, mostraram níveis que variavam entre 2,2 e 19,3 microgramas/litro.
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Na época, o governo mexicano havia classificado o acidente como o “maior desastre ambiental” do país. A contaminação afetou sete municípios, atingindo cerca de 20 mil habitantes da região. Estima-se que os danos causados pelos cerca de 40 mil metros cúbicos de ácidos e metais pesados derramados no rio foram agravados por outros vazamentos ocorridos em meados de setembro, devido às fortes chuvas na região.
Atualmente, a empresa diz que 100% do rio já foi recuperado, mas ela foi obrigada, em março deste ano, a pagar uma multa de 23,5 milhões de pesos (cerca de R$ 48,5 milhões).
No entanto, há pelo menos 70 anos, mineradoras ligadas ao grupo vinham contaminando os rios Balsa e o Xochula, em Taxco, área que fica ao sudeste da Cidade do México. Um estudo da Procuradoria Federal de Proteção ao Ambiente concluiu que as represas formadas com terraplanagens em Taxco têm alto grau de contaminação e o solo apresenta resíduos de diversos materiais tóxicos.