Terça-feira, 10 de junho de 2025
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reiterou na quinta-feira (22/05) a sua rejeição ao imposto que o governo dos Estados Unidos pretende aplicar às remessas enviadas por migrantes, apesar de o Congresso norte-americano ter reduzido a alíquota proposta de 5% para 3,5%. Na semana passada, o governo mexicano afirmou que o projeto é “discriminatório” e viola um tratado entre os dois países para evitar a dupla tributação, vigente desde 1994.

Durante uma coletiva no Palácio Nacional, Sheinbaum revelou ter realizado uma sétima ligação telefônica com Donald Trump, no âmbito das negociações comerciais bilaterais.

“Há um bom relacionamento e uma boa comunicação”, destacou a mandatária, indicando que as negociações entre ambas as nações, com foco nas questões comerciais e tarifárias, incluindo setores como automotivo, siderúrgico e de alumínio, continuarão.

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Ao longo da conferência, a presidente mexicana reconheceu a redução do imposto sobre remessas, porém, ressaltou que seu país continua se posicionando contrário ao tipo de medida adotado pelos EUA.

“Não queremos que haja nenhum imposto. Vamos continuar conversando com senadores republicanos e democratas para explicar por que não é uma boa ideia”, disse.

Presidente do México, Claudia Sheinbaum em 22 de maio de 2025, durante conferência matinal no Palácio Nacional
Reprodução/Presidência do México

A proposta, incluída no plano tributário promovido por Trump e aprovada por pouco na Câmara dos Deputados, agora irá para o Senado. De acordo com uma reportagem da Deutsche Welle, os prejuízos causados pela aplicação do imposto chegam a representar “fatias significativas do dinheiro em circulação doméstica” principalmente para países marcados pela pobreza na América Latina.

“A ideia do Partido Republicano angustia as famílias que dependem dos dólares ganhos pelos parentes em solo americano. Segundo a bancada hispânica no Congresso, a medida afetaria mais de 40 milhões de pessoas nos EUA, entre detentores de permissão de residência e indocumentados”, diz o veículo.

Vale lembrar que o México é o segundo país do mundo que mais recebe remessas, atrás apenas da Índia. Em 2024, atingiu o recorde de 64,745 milhões de dólares, o que representa quase 4% do Produto Interno Bruto nacional. “Este imposto não afeta apenas o México, mas também outras nações onde as remessas são essenciais para sua economia”, acrescentou Sheinbaum. 

Como parte do diálogo, foram acordados pontos para uma reunião em Washington, que contará com a presença do secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard. “Continuamos trabalhando para evitar medidas que afetem tanto a nossa economia quanto a de outros países”, declarou.

(*) Com Deutsche Welle e Telesur