O presidente golpista de Honduras, Roberto Micheletti, disse que está disposto a renunciar, mas com a condição que o líder deposto, Manuel Zelaya, não retorne ao país. Ainda na noite de ontem (15), o toque de recolher foi restaurado no país, devido ao agendamento de protestos por simpatizantes de Zelaya para hoje (16).
“Se a decisão para que haja paz e tranquilidade no país, sem retorno,
que conste, do ex-presidente Zelaya, (é renunciar) estou disposto a
fazê-lo”, disse Micheletti.
Sem entrar em detalhes, Micheletti revelou que representantes receberam “essa proposta em uma cidade importante dos Estados Unidos”. “Essa proposta era clara e definida, e eu, para resolver a situação que pudesse surgir, estou na melhor disposição”, disse.
O presidente golpista foi designado pelo Parlamento para substituir Zelaya depois que o líder foi expulso do governo e do país pelos militares, que o levaram à Costa Rica, em 28 de junho passado.
O presidente costarriquenho, Óscar Arias, está intermediando desde a semana passada um diálogo entre representantes de Zelaya e Micheletti, que continuará no próximo sábado (18), para buscar uma saída à crise.
Micheletti reiterou sua “confiança de que o diálogo vai resolver o problema” e descartou viajar à Costa Rica à frente de sua comissão de representantes. Segundo ele, “é claro e definido que foi uma substituição constitucional” que o levou à Presidência do país por decisão do Parlamento, que dirigiu até 28 de junho.
Micheletti reiterou que Zelaya cometeu violações constitucionais em ações relacionadas com uma consulta que realizaria em 28 de junho com a intenção de obter o aval para convocar uma Assembleia Constituinte, e insistiu que tem “provas de tudo”.
Além disso, pediu a Zelaya “que se tranquilize, que aqui não se está matando ninguém”.
Protestos
O governo golpista decretou toque de recolher depois da informação de que organizações sociais locais convocaram a ocupação de “pontos estratégicos” do país entre hoje e amanhã, além de protestos nas ruas para exigir o retorno de Zelaya ao poder.
Falando da Guatemala, o presidente deposto assegurou na terça-feira (14) que em breve voltará a seu país para terminar seu mandato presidencial, que chega ao fim em 27 de janeiro de 2010.
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