O presidente golpista de Honduras, Roberto Micheletti, pediu ao deposto líder Manuel Zelaya que desista de sua intenção de voltar ao país, um ato que qualificou de “provocação” e de “pretensão de provocar violência”. Em outra frente, o ministro de Defesa do governo golpista, Adolfo Leonel Zedillo, pediu que Zelaya retorne somente após as eleições, em novembro.
“Eu faço um chamado para que evite essa provocação e desista de sua pretensão de provocar violência”, diz Micheletti, em entrevista publicada hoje (24) pelo jornal chileno La Tercera.
Zelaya, após dar por fracassada a gestão mediadora do presidente da Costa Rica, Óscar Arias, chegou na ontem (23) à noite à cidade de Estelí, norte da Nicarágua, com o anunciado propósito de entrar em Honduras, onde seus partidários se mobilizaram para recebê-lo.
Em suas declarações, Micheletti reitera que há uma ordem de detenção contra Zelaya e que ele é acusado “de pelo menos 15 crimes”, o que significa que (se retornar) tem que ser detido e colocado à disposição dos tribunais.
“Para nós, Zelaya deve voltar ao país somente depois das eleições, quando as almas estiverem calmas, e que se apresente para as autoridades”, disse Zedillo à rádio colombiana Caracol.”Esperamos que caso siga com sua decisão (de voltar ao país) que o faça pela porta da frente”, concluiu.
OEA
Micheletti também desqualifica o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos ), José Miguel Insulza, que, segundo ele, “não se informou bem da situação e elaborou seus próprios relatórios sem levar em conta a verdade”, além de ter “desinformado” outros países.
Acrescenta também que sua administração “está analisando” o plano do presidente costarriquenho Óscar Arias, entregue com esse propósito “a todos os poderes do Estado”, mas ressalta que o principal ponto desse plano, que é o retorno de Zelaya, “não é possível”.
Além disso, insiste em que está disposto a renunciar para que haja um governo de união nacional, “se o ex-presidente Zelaya renunciar a sua pretensão”.
Sobre o isolamento internacional do regime que lidera, até agora não reconhecido por nenhum país, Micheletti afirma que “falamos com alguns governos, que prefiro não mencionar, e prometeram manter o apoio”.
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