Militância peronista cria ‘frente ampla’ contra prisão de Cristina Kirchner
Movimentos de esquerda pretender realizar marcha multitudinária na próxima quarta (18/06) em favor da ex-presidenta
A ratificação da sentença contra Cristina Kirchner fez com que diversos setores do peronismo se reorganizassem, fazendo com que diversos grupos da oposição superem diferenças em nome de uma ‘frente ampla’ que defenda a ex-presidente da Argentina.
A principal estratégia, anunciada neste domingo (15/06) pelo Instituto Pátria – fundado pela própria ex-presidente – foi a convocação de uma marcha em defesa da inocência da líder peronista.
O evento está marcado para a próxima quarta-feira (18/06) e seus organizadores dizem que o objetivo será dar um sinal de unidade do peronismo ao redor da Cristina, em um momento que antecede as eleições legislativas no país, marcada para o segundo semestre.
Cristina foi condenada na última terça-feira (10/06), após decisão da Corte Suprema argentina, que ratificou uma sentença emitida em dezembro de 2022 pela 2ª Vara Federal de Buenos Aires. A pena estabelecida foi de seis anos de prisão, além da impossibilidade de concorrer a cargos públicos.
Segundo um comunicado do Instituto Pátria, “a mobilização popular é a única ferramenta disponível neste momento para garantir que Cristina seja transferida do tribunal diretamente para a sua residência, na Avenida da Constituição, garantindo o restabelecimento dos seus direitos políticos”.
A nota também afirma que, para que a marcha tenha o efeito esperado, será necessária a mobilização de um milhão de pessoas nas ruas, razão pela qual estão sendo organizadas caravanas de diferentes regiões do país em direção a Buenos Aires.
As organizações peronistas também transformaram a sede do Partido Justicialista (PJ), na Rua San José 1111, em uma grande zona peronista em Buenos Aires. Desde a condenação da ex-presidente, apoiadores têm realizado vigílias na expectativa de que Kirchner apareça na varanda para cumprimentar.
“Ela está bem, ciente de tudo, em diálogo contínuo com seus advogados? Não há melhor defensor do que ela mesma” alegam seus apoiadores, em matéria do jornal Página/12.
Vale lembrar que o PJ é a sigla tradicional fundada pelo próprio Juan Domingo Perón (1946-1955 e 1973-1974).

Peronistas se reúnem com Cristina Kirchner para planejar estratégias de defesa para a ex-presidenta
Instituto Pátria
Peronistas em luta
O senador e vice-presidente nacional do PJ, José Mayans, e a senadora por Buenos Aires, Teresa García, estão coordenando a estratégia de “ação territorial”. Os prefeitos Mayra Mendoza e Mariel Fernández também ganharam destaque, tendo solicitado aos líderes comunitários da cidade que participem da reunião no sábado na sede nacional do partido.
Através do Zoom, prefeitos de diversas regiões do país também foram convocados. O objetivo é diminuir as distâncias com setores que, nos últimos meses, se alinharam com Axel Kicillof, prefeito de Buenos Aires.
Segundo o Página/12, foi sugerido durante o encontro a criação de condições para que todos os que desejem acompanhar Cristina possam participar. Ao todo, mais de 250 chefes distritais manifestaram apoio, repudiando a decisão da Suprema Corte argentina.
Embora tenha liderado a coordenação na sede nacional do partido, Mayans afirma que o “comando permanece com Cristina Kirchner”. Na terça-feira (17/06), ele terá uma dupla missão: reunir-se com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, e depois com os governadores.
Ele busca o apoio explícito do movimento trabalhista, diante da pressão para suspender atividades que possam enfraquecer a mobilização. Depois, será a vez dos líderes das províncias. “Já tenho confirmação de praticamente todos”, declarou.
O governador de Córdoba, Martín Llaryora, também foi convidado, mas ainda não respondeu ao chamado.
Nessa reunião, os líderes também vão tentar aliviar a tensão com Kicillof, que não participou da foto de unidade divulgada na quinta-feira (12/06) durante a reunião do Conselho Nacional. Os ex-candidatos da Frente de Todos estiveram presentes, incluindo Sérgio Massa e Guillermo Moreno, que voltou ao país.
Com informações de Página/12.