Sábado, 12 de julho de 2025
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O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pachinian, denunciou uma tentativa de golpe militar nesta quinta-feira (25/02), quando cerca de 40 oficiais pediram sua renúncia. Os militares também exortaram os demais órgãos do país a não usarem a força contra os manifestantes que protestam há semanas para exigir a saída de Pashinian, acusado de ser o principal responsável pela derrota no confronto contra o Azerbaijão, durante o violento conflito de Nagorno-Karabakh.

Tudo se acelerou na manhã desta quinta-feira (25/02), com o anúncio do governo da demissão do primeiro subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas armênias, Tiran Khachatryan – em uma demissão brusca, talvez porque o general teria supostamente zombado de uma declaração do primeiro-ministro, Nikol Pachinian, ao microfone de um jornalista local.

Na sequência, cerca de 40 oficiais superiores, alguns dos principais militares da Armênia, pediram a renúncia do chefe de governo. Pela primeira vez desde a derrota na guerra de Nagorno-Karabakh, os oficiais estão assumindo uma posição política, já que há semanas a oposição marcha pelas ruas de Ierevan para exigir a saída de Pashinian.

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Posteriormente, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, ordenou que o exército “fizesse seu trabalho” depois do Estado-Maior pedir sua renúncia, fato que o chefe do governo descreveu como uma “tentativa de golpe”.

“O exército não pode participar de processos políticos e deve obedecer ao povo e às autoridades eleitas”, disse Pachinian, diante de uma multidão de seus apoiadores reunida no centro da capital, Ierevan.

Nikol Pachinian se reuniu com milhares de apoiadores na capital do país para defender seu governo; oposição marchou pela saída do premiê

Télam/AFP

Pachinian denunciou golpe diante de uma multidão de apoiadores reunida no centro da capital, Ierevan

“A declaração do exército é um ponto de inflexão. Pedimos a Nikol Pachinian que não conduza o país à guerra civil e ao derramamento de sangue. Pachinian tem uma última chance de partir sem que ocorram distúrbios”, replicou o Partido Armênia Próspera, o principal da oposição.

Ministério da Defesa diz que exército “não é instituição política”

A poderosa Igreja Apostólica Armênia apelou às forças políticas para que encontrem uma solução “na mesa de negociações, para o bem da pátria e do povo”. Já o Ministério da Defesa da Armênia denunciou nesta quinta-feira “tentativas” inadmissíveis de politizar o exército, após o apelo dos generais pela renúncia do primeiro-ministro armênio.

“O exército não é uma instituição política e as tentativas de envolvê-lo em processos políticos são inaceitáveis”, disse o ministério em um comunicado, acrescentando que tais movimentos constituem “uma ameaça à estabilidade e segurança” da Armênia.

Até agora, esta força de oposição, embora inclua pesos pesados da política armênia, como os ex-presidentes Robert Kocharian e Serge Sarkisian, não conseguiu atrair muitos adeptos em seu rastro.