As acusações da oposição síria de que membros das forças armadas e do corpo especial iraniano estavam entre o grupo que sequestraram em Damasco parecem ter se confirmado. Nesta quarta-feira (08/08), o ministro das Relações Exteriores do Irã disse que existem militares e integrantes da Guarda Revolucionária aposentados entre os capturados pelos rebeldes sírios.
“Alguns dos reféns são membros aposentados da Guerra e do Exército e outros pertenciam a diferentes ministérios”, disse Ali Akbar Salehi de acordo com a agência iraniana ISNA citada por agências internacionais. O ministro, no entanto, negou que os sequestrados mantenham qualquer tipo de conexão com os órgãos militares do país e garantiu que sua viagem à Síria era para fins religiosos.
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No último sábado (04/08), supostos membros do Exército Livre da Síria capturaram 48 pessoas, incluindo cidadãos iranianos, em Damasco. Em vídeo divulgado pela rede televisiva Al Arabyyia, os rebeldes afirmam que entre os sequestrados, havia membros da Guarda Revolucionária do Irã e integrantes da milícia pró-Assad Shabiha que estavam em uma missão de reconhecimento no território sírio.
A fala de Salehi, que ainda não foi confirmada oficialmente, contradiz suas declarações anteriores, nas quais negou a presença de militares entre os capturados. “Depois de um tempo em que peregrinos do Irã não estavam viajando ao país… nós tomamos providências para enviar forças de aposentados de diferentes organizações”, disse ele citado pela agência de notícias Reuters.
A entrevista vem um dia depois da reunião do ministro com autoridades turcas em Ancara, na qual pediu ajuda para libertação dos iranianos sequestrados. Salehi viajou até ao país para formalizar pedido aos governos do Catar e da Turquia, aliados da oposição síria, para cooperarem na negociação com os rebeldes.
Desde dezembro do ano passado, as autoridades turcas já intermediaram a libertação de 27 dos pelo menos 32 cidadãos iranianos capturados na Síria por grupos armados opositores ao regime de Damasco.
No último sábado (04/08), supostos membros do Exército Livre da Síria capturaram 48 pessoas, incluindo cidadãos iranianos, em Damasco. Em vídeo divulgado pela rede televisiva Al Arabyyia, os rebeldes afirmam que entre os sequestrados, havia membros da Guarda Revolucionária do Irã e integrantes da milícia pró-Assad Shabiha que estavam em uma missão de reconhecimento no território sírio.
O Irã é o principal aliado regional do governo de Assad e por isso, se posiciona contra intervenção externa no país. Em visita surpresa ao presidente sírio nesta terça-feira (07/08), Saeed Jalili, o chefe do Conselho de Segurança Nacional do Irã, afirmou que o governo iraniano está usando “todos os meios possíveis” para assegurar a libertação dos iranianos sequestrados. “Nós acreditamos que os terroristas não são os únicos responsáveis por este ato criminoso, como também seus apoiadores”, disse ele se referindo aos países que apoiam a oposição síria, de acordo com a Al Jazeera.