O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, declarou nesta sexta-feira (28/11) que apoia fornecer incentivos econômicos para árabes-israelenses com o intuito de incentivá-los a deixar o país.
A oferta de Lieberman, considerado ultradireitista, vem dias depois do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, levar a diante um projeto de lei para o Knesset (Parlamento israelense) que oficializaria a definição jurídica de Israel como “Estado judaico”.
Efe
Lieberman: declaração do chanceler israelense vem um dia antes do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino
A medida é criticada pela comunidade internacional por instituir a discriminação oficial a não judeus, o que implicaria ainda rebaixar árabes-israelenses – que representam cerca de 20% da população do país – à condição de cidadãos de segunda classe.
Cronologia de 2014
Neste ano, a escalada de violência entre israelenses e palestinos ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no fim de junho. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo e assassinado em Jerusalém. Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou um ataque contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Intitulada “Operação Margem Protetora”, a ofensiva durou quase dois meses, quando mais de 2.100 palestinos – a maioria civis – foram mortos. Do lado de Israel, o conflito resultou em baixas de 67 soldados e seis civis mortos.
A tensão aumentou na região após anúncio do fim da cisão de sete anos entre o Fatah e o Hamas, que controlam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e por isso suspendeu as conversas de paz que vinham sendo desenvolvidas com os palestinos com a mediação do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Efe
Após ataques contra mesquitas e sinagogas na semana passada, sheik árabe e rabino apertam as mãos em Jerusalém
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Situação tensa em Jerusalém
Há duas semanas, dois palestinos realizaram um ataque a uma sinagoga em Jerusalém, causando a morte de quatro rabinos estrangeiros que vivem em Israel — três norte-americanos e um britânico. O atentado, que foi condenado pelo presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, tem sido parte de uma série de ações isoladas entre israelenses e palestinos na região de Jerusalém.
No dia anterior ao ataque da sinagoga, por exemplo, um palestino foi encontrado enforcado dentro de um ônibus. As autoridades israelenses dizem que o motorista de ônibus se suicidou, mas os familiares acusam os judeus ortodoxos pelo crime.
Há duas semanas, uma mesquita foi colocada em chamas perto de Ramallah, na Cisjordânia, e uma bomba incendiária foi lançada contra uma sinagoga no norte de Israel. O ataque à mesquita é atribuído pelos palestinos aos colonos israelenses que moram em assentamentos nas redondezas; já em Israel, pressupõe-se que a bomba na sinagoga tenha sido lançada por um palestino.
No início de novembro, a polícia israelense invadiu a mesquita de Al Aqsa em busca de jovens palestinos que haviam lançado pedras, ato que levou a Jordânia a chamar seu embaixador em Israel para consultas. No mesmo dia, um palestino de Jerusalém utilizou seu carro como arma e atropelou policiais israelenses que estavam em uma estação de trem. Um policial morreu e dois ficaram feridos.
Em análise publicada em Opera Mundi, a correspondente em Tel Aviv Guila Flint avalia que “o conflito entre os dois povos parece estar entrando em um novo capítulo, ainda mais duro do que os anteriores, no qual o sentimento religioso fala mais alto e argumentos políticos perdem espaço”.