O governante africano com mais tempo no cargo –
desde 1967 – o presidente gabonês Omar Bongo Ondimba, morreu hoje (7), aos 73 anos de idade, segundo uma
fonte do governo francês. Ele sofria de câncer do intestino e estava sendo tratado
em uma clínica de Barcelona.
Bongo era um dos últimos “dinossauros” do continente, como os africanos
falantes de francês chamam os líderes que chegaram ao poder décadas atrás,
normalmente por força de armas, e que não dão ênfase à democracia. Bongo estava
sob investigação na França por desvio de fundos estatais – o Gabão é um país
rico em petróleo.
Minutos
depois do anúncio de sua morte, os sites dos principais jornais franceses
dedicaram um amplo espaço à noticia. “Era uma grande figura da África, um
homem com influência”, disse o ministro da defesa francês Hervé Morin quando
foi informado pela televisão francesa.
Sua esposa Edith Lucie, filha do presidente congolês Denis Sassou Nguesso,
havia morrido no último 15 de maio, também de um câncer em uma clínica no Marrocos. Tinha 45 anos. A primeira dama era conhecida por apoiar programas
de luta contra a AIDS, e era formada em pediatria.
A internação de Bongo gerou ansiedade entre os
gaboneses, por medo das lutas de sucessão que devem surgir após sua morte.
Economia do Gabão sofre com a crise
No fim de março, as autoridades do Gabão cortaram o orçamento estatal em 13%,
em resposta ao decréscimo nas de manganês (43%), madeira (14%) e no preço do
petróleo, principais produtos do país – o petróleo corresponde a 50% do PIB do
Gabão.
A balança comercial e os ganhos com dividendos, juros e ajuda estrangeira ao
país eram estimadas, em 2008, em 17% do PIB (Produto Interno Bruto). Este ano deve cair para 1.3%
segundo projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional). Entretanto, a dívida externa do Gabão continua em níveis
baixos – 15% do PIB, no fim de 2008.
Em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, o país sofreu um série de greves por
melhores salários, condições de trabalho e contra as demissões no setor de
corte da madeira. Trabalhadores da área da saúde começaram uma greve em 27 de
abril.
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