Vann Nath, um dos poucos sobreviventes dos “campos da morte” do Khmer Vermelho, no Camboja, morreu nesta segunda-feira (05/09), aos 66 anos. Exímio pintor, ele imortalizou por meio de seus quadros os horrores presenciados no período em que ficou na prisão S-21, uma das mais violentas do regime, que governou o país de 1975 a 1979.
Com cores frias e as figuras esqueléticas, Vann Nath conquistou reconhecimento internacional por representar com grande realismo as torturas e as duras condições de vida no Camboja sob poder do Khmer, quando mais de dois milhões de pessoas foram mortas.
Efe
Imagem de 19 de julho de 2007 mostra Vann Nath no museu do genocídio em Phnom Penh
Vann Nath nasceu em 1946 em uma família pobre, na província de Battambang, Norte do Camboja, e desde jovem estudou pintura. Após a chegada do Khmer Vermelho, precisou abandonar as tintas, pois a atuação de artistas e intelectuais era proibida e foi trabalhar no campo.
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Em 1978, a policía política o prendeu e Vann Nath foi enviado à prisão S-21. Lá, o diretor Kaing Guek Eav o Duch se interessou por suas habilidades artísticas e o encarregou de pintar um retrato de Pol Pot, líder do regime. Duch gostou do trabalho e fez uma anotação ao lado de seu nome: “conservar a vida do pintor”.
“A experiência de Vann Nath naquela prisão foi tão intensa que marcou toda sua obra posterior, inclusive aquelas que não estavam diretamente conectadas ao tema do Khmer Vermelho”, afirmou a artista Sopheap Pich, amiga de Vann Nath.
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