Greta Friedman, a enfermeira da icônica foto em que beija um animado marinheiro na Times Square, em Nova York, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial, morreu na quinta-feira aos 92 anos de idade, num hospital de Richmond, estado da Virgínia. O comunicado foi feito neste domingo (11/09) por seu filho Joshua Friedman.
Segundo Lawrence Verria, co-autor de um livro sobre a imagem histórica, os pais de Greta Friedman morreram no Holocausto. Tendo fugido da Áustria aos 15 anos, ela era assistente numa clínica odontológica quando se tornou parte de uma das mais famosas fotografias do século 20.
Em 14 de agosto de 1945, o povo invadiu as ruas de Nova York comemorando a notícia de que o Japão se rendeu aos EUA. Era o assim chamado “V-J Day” (Victory over Japan Day). Foi quando George Mendonsa viu Greta, então com 21 anos, trajando uniforme de enfermeira. Após dar algumas voltas em torno dela, a beijou. Os dois não se conheciam.
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Reuters/V. Jorgensen/US Navy
Marinheiro beijando enfermeira na Times Square se tornou símbolo da vitória dos EUA
Na verdade, Mendonsa tinha um relacionamento com uma enfermeira de verdade, Rita Petry, com quem se casou mais tarde. O episódio ocorreu espontaneamente. “Não foi lá um grande beijo”, contaria Greta Friedman em 2005, em entrevista ao Projeto História dos Veteranos. “Era apenas alguém celebrando, não foi um evento romântico.”
A fotografia feita por Alfred Eisenstaedt leva o nome “V-J Day in Times Square”, mas também é conhecida simplesmente por “O beijo”. Ela foi publicada pela primeira vez pela revista Life, mas sem nenhum destaque. Ao longo dos anos, porém, ganhou notoriedade, e várias pessoas alegaram ser o casal se beijando. Numa edição de 1980 da Life, 11 homens e três mulheres afirmavam ser os protagonistas da cena icônica. Só anos mais tarde George e Greta foram confirmados como o verdadeiro casal da fotografia.
Greta Friedman será enterrada no cemitério nacional de Arlington, ao lado do marido, Misha.
PV/ap/ots