Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O ex-ditador do Peru Alberto Fujimori morreu na última quarta-feira (11/09), aos 86 anos de idade, decorrente de problemas de saúde causados por um câncer que sofria há cerca de quatro anos.

Trazendo o retrospecto político do ex-governante, que chegou a ser eleito de forma legítima em 1990, o jornal peruano La Republica destaca que Fujimori “morreu sem reconhecer seus crimes”. 

O periódico refere-se às diversas violações aos direitos humanos cometidas durante o seu governo (1990-2000), como os massacres de Barrio Alto (1991) e La Cantuta (1992), pelos quais ele foi condenado pela Justiça em 2009. 

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Fujimori também foi considerado culpado de promover, durante sua ditadura, um programa de esterilização forçada de mulheres residentes em comunidades indígenas e em bairros pobres de Lima e outras zonas metropolitanas do país.

A imprensa peruana ainda ressalta que apesar das condenações que recebeu, Fujimori morreu sem ser culpado pelo massacre de Pativilca, em 1992. “O de Pativilca está pendente”, destaca. 

O La Republica lembra que, condenado a 25 anos de prisão pelos crimes contra a humanidade, o ex-ditador foi solto em dezembro passado por “razões humanitárias”, devido ao seu quadro de saúde. O jornal ainda mencionou que “o próprio Fujimori, sua defesa jurídica e seu ambiente familiar e político costumavam alegar o péssimo estado das condições do ex-presidente para promover sua libertação”. 

Keiko Sofia Fujimori Higuchi/Facebook
Fujimori morreu por problemas de saúde causados por um câncer que sofria há cerca de quatro anos

“Ele é, como aponta o historiador José Ragas, um dos personagens mais polarizadores que o Peru já teve. Também é verdade que o seu regime era autoritário, profundamente corrupto e violador dos direitos humanos”, escreve o jornal. 

O argentino Clarín lembra que os massacres de Barrios Altos e La Cantuta foram “execuções a sangue frio” pelo ex-presidente, classificado como “um autocrata”, que governou com “mão de ferro”.

“Ele acabou com a guerrilha maoísta Sendero Luminoso, prendendo seus principais líderes e liquidando toda a resistência armada”, narra o periódico. 

De acordo com o Clarín, seu governo foi baseado em “violações dos direitos humanos, corrupção e a anulação de grande parte da legalidade constitucional” após realizar um golpe de Estado

Já a BBC, da Inglaterra, destaca a morte de Fujimori, o presidente peruano “que foi para a prisão por violações aos direitos humanos”. 

“Poucas figuras na história do Peru polarizaram tanto o país como Fujimori”, escreve a matéria. Para os seus simpatizantes, ele salvou o país de um duplo mal: a guerrilha e o colapso económico. Para os seus críticos, ele era um autoritário que abusou das instituições democráticas e dos direitos humanos para se manter no poder”, afirma o jornal.