“Trata-se do golpe mais contundente dado nas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) en toda a sua história.” Assim começou o curto discurso do presidente colombiano Juan Manuel Santos à nação para informar sobre a morte do principal líder da guerrilha marxista.
Guillermo León Sáenz, mais conhecido pelo apelido de Alfonso Cano, cai depois de apenas três anos no comando das FARC. Nascido em Bogotá, deixou a universidade de Antropologia en 1970 para entrar nas fileiras da guerrilha. Chegou ao comando em março de 2008, após a morte, por causas naturais, de Manuel Marulanda, fundador do grupo.
Efe
Alfonso Cano, ex-antropólogo e líder das FARC, foi morto nesta sexta-feira pelo exército colombiano
O novo ministro da Defensa Juan Carlos Pinzón confirmou que foram encontrados sete computadores, 29 chaves USBs, vários disquetes e celulares, além de 200 bilhões de pesos, somados a outras quantias em dólares e euros.
Seu antecessor, Rodrigo Rivera, confirmou também que Cano foi perseguido durante muito tiempo e que há oito meses se encontrava muito próximo de cair.
A operação se desenvolveu durante uma semana de bombardeios na zona rural da região de Cauca, no sudoeste do país. Porém, segundo fontes oficiais, a morte de Cano se deu por um combate seguido por bombardeios.
Carlos Lozano, director da revista semanal Voz, afirmou que esta morte não deverá alterar muito a rotina das Farc: “o secretariado-geral irá nomear outro comandante. Mas se equivocam os que pensam que a guerrilla possa ser derrotada militarmente, como já vimos em casos de outras mortes importantes”.
Já Eladio Pérez, ex-senador, que permaneceu sequestrado pelas FARC durante sete anos, mostrou sua preocupação pela liberdade dos reféns que permanecem sob o jugo da guerrilha: “Cano era a pessoa responsável por negociar as liberações dos reféns, e elas seguiam por um bom caminho”, alertou.
Esta importante derrota militar chega num momento em que o governo era fortemente criticado e cobrado pelos escassos resultados obtidos na área da segurança pública. A insegurança nas grandes cidades os resultados das ações militares haviam atingido indicadores muito negativos em 2011.
Isso forçou Santos a trocar Rivera por Pinzón na pasta da Defesa. O atual ocupante do cargo é um homem de total confianza de Santos. Ao mesmo tempo, Santos também havia realizado diversas trocas no comando militar. Essas medidas provocaram críticas de diversos analistas, incluindo os dos think tanks Nuevo Arco Iris e Indepaz. Para eles, a estratégia militar do governo Santos se limitava apenas a cortar as cabeças do próprio secretariado, enquanto as tropas guerrilheiras avançavam em ofensivas pelo resto do país.
Ao final de seu discurso, Santos se dirigiua aos próprios guerrilheiros, afirmando: “Desmobilizem-se, ou como já dissemos diversas vezes e também demonstramos, vocês terminarlo na prisão ou em um túmulo”.
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