O movimento de favelas sul-africano Abahlali baseMjondolo (AbM) denunciou o que considera declarações “antidemocráticas, autoritárias e ameaçadoras” feitas pela prefeita de eThekwini, Zandile Gumede, e pela líder da bancada do partido no legislativo, Nelly Nyanisa, durante audiência realizada na semana passada. “Diante do clima de intimidação e violência [na província de] KwaZulu-Natal, que inclui o assassinato de várias de nossas lideranças, recebemos essas ameaças com máxima seriedade”, declarou a organização em nota.
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Abahlali baseMjondolo
Maior movimento de moradores de favelas da África do Sul denuncia ameaças de líderes de governo municipal
O movimento defende que as acusações feitas contra a liderança de moradia na cidade “não passam de fúria e paranoia de uma elite autoritária e corrupta confrontada por um movimento de massa que vem de baixo e se recusa aceitar a opressão”. “S’bu Zikode, como todos os nossos líderes, segue o que é definido em reuniões e assembleias abertas e democráticas”, explica a nota.
Perseguição
O AbM vê com preocupação as declarações do governo, lembrando o histórico de perseguição promovido pelo Congresso Nacional Africano contra o movimento de moradia. “Houve muitas ocasiões desde 2005 em que o ANC, em diversos níveis, afirmou que somos uma organização ilegítima”, afirma o movimento.
Desde novembro do ano passado, pelo menos três lideranças do AbM foram assassinadas na África do Sul. A vítima mais recente foi S’fiso Ngcobo, presidente da ocupação Marianhill, morto com sete tiros em maio dentro de sua própria casa. Até hoje, ninguém foi preso pelos crimes.
“Também deixamos registrado que vários de nossos líderes de Durban [cidade do município metropolitano de eThekwini] receberam diversas ameaças telefônicas nas últimas semanas”, alerta o movimento. “Se acontecer alguma coisa com qualquer um dos nossos líderes, responsabilizaremos a prefeita e a líder parlamentar pessoalmente pelos comentários levianos feitos na audiência [da semana passada]”.
(*) Publicado em Brasil de Fato