Bolívia: movimentos sociais anunciam protestos em defesa de Evo Morales
Ex-presidente boliviano anunciou que buscará alternativas legais para validar a candidatura barrada nesta terça-feira (21/05)
Organizações camponesas e sociais da Bolívia anunciaram nesta quarta-feira (21/05) uma série de mobilizações em defesa da participação do ex-presidente Evo Morales nas eleições presidenciais marcadas para 17 de agosto.
A convocação foi liderada por Pedro Llanque, secretário-geral da Confederação Camponesa, que defendeu a necessidade da candidatura do ex-presidente como forma de preservar a democracia e a estabilidade econômica do país.
A decisão ocorre em resposta à recente sentença do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), que considerou inconstitucional a reeleição presidencial, impedindo Morales de disputar novamente o cargo.
O ex-presidente, no entanto, alega que a Constituição boliviana não veda a reeleição descontínua. “O artigo 168 estabelece que o mandato é de cinco anos, com direito a uma reeleição contínua. Nada diz sobre reeleição descontínua”, afirma Morales.
Durante uma coletiva de imprensa em La Paz, Pedro Llanque conclamou os membros da Confederação Camponesa e de sindicatos aliados a se mobilizarem nas ruas.
“Como organizações sociais, vamos proteger a democracia e a economia da Bolívia. Não aceitaremos eleições sem Evo”, declarou, em vídeo divulgado pelo jornalista Freddy Morales, da teleSUR.

Reprodução / @RLaserBolivia
O apoio camponês acontece simultaneamente a um apelo público feito por Evo Morales para a realização de uma Grande Reunião Nacional.
Segundo o ex-presidente, a democracia boliviana está sob “grave ameaça”, e há risco real de exclusão dos movimentos indígenas, camponeses e populares do processo eleitoral.
“É hora de nos unirmos para enfrentar os verdadeiros inimigos: a crise econômica e o abuso de poder”, afirmou Moraes na plataforma X.
A candidatura de Morales é considerada por seus apoiadores como um fator decisivo para garantir um processo eleitoral legítimo. “Sem Evo, não há eleições”, resumiu Llanque, refletindo a posição de diversos setores sociais que o veem como símbolo de resistência popular e inclusão social.
Enquanto isso, cresce a tensão política no país. A decisão do TCP foi duramente criticada por setores ligados ao ex-presidente, que acusam os magistrados de atuarem com viés político e de manterem seus cargos de forma irregular.
Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, anunciou que pretende resistir à decisão e buscar alternativas legais para validar sua candidatura.
(*) Com TeleSur.

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