Terça-feira, 10 de junho de 2025
APOIE
Menu

Organizações camponesas e sociais da Bolívia anunciaram nesta quarta-feira (21/05) uma série de mobilizações em defesa da participação do ex-presidente Evo Morales nas eleições presidenciais marcadas para 17 de agosto.

A convocação foi liderada por Pedro Llanque, secretário-geral da Confederação Camponesa, que defendeu a necessidade da candidatura do ex-presidente como forma de preservar a democracia e a estabilidade econômica do país.

A decisão ocorre em resposta à recente sentença do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), que considerou inconstitucional a reeleição presidencial, impedindo Morales de disputar novamente o cargo.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

O ex-presidente, no entanto, alega que a Constituição boliviana não veda a reeleição descontínua. “O artigo 168 estabelece que o mandato é de cinco anos, com direito a uma reeleição contínua. Nada diz sobre reeleição descontínua”, afirma Morales.

Durante uma coletiva de imprensa em La Paz, Pedro Llanque conclamou os membros da Confederação Camponesa e de sindicatos aliados a se mobilizarem nas ruas.

“Como organizações sociais, vamos proteger a democracia e a economia da Bolívia. Não aceitaremos eleições sem Evo”, declarou, em vídeo divulgado pelo jornalista Freddy Morales, da teleSUR.

Movimentos anunciam protestos nesta quinta, em defesa da candidatura de Evo Morales
Reprodução / @RLaserBolivia

O apoio camponês acontece simultaneamente a um apelo público feito por Evo Morales para a realização de uma Grande Reunião Nacional.

Segundo o ex-presidente, a democracia boliviana está sob “grave ameaça”, e há risco real de exclusão dos movimentos indígenas, camponeses e populares do processo eleitoral.

“É hora de nos unirmos para enfrentar os verdadeiros inimigos: a crise econômica e o abuso de poder”, afirmou Moraes na plataforma X.

A candidatura de Morales é considerada por seus apoiadores como um fator decisivo para garantir um processo eleitoral legítimo. “Sem Evo, não há eleições”, resumiu Llanque, refletindo a posição de diversos setores sociais que o veem como símbolo de resistência popular e inclusão social.

Enquanto isso, cresce a tensão política no país. A decisão do TCP foi duramente criticada por setores ligados ao ex-presidente, que acusam os magistrados de atuarem com viés político e de manterem seus cargos de forma irregular.

Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, anunciou que pretende resistir à decisão e buscar alternativas legais para validar sua candidatura.

(*) Com TeleSur.