Movimentos populares, amigos e familiares realizaram nesta segunda-feira (14/06), em frente ao consulado da Itália, em São Paulo, um ato em defesa da vida de Cesare Battisti, que está em greve de fome há 13 dias.
Na ocasião, o filho brasileiro do ex-ativista, Raul Battisti, de 7 anos, foi ao consulado para entregar um documento endereçado ao primeiro-ministro italiano.
O objetivo da mobilização é pressionar as autoridades da Itália para que atendam as reivindicações por melhores condições de tratamento feitas pelo ativista, que está preso há mais de dois anos em uma penitenciária na Calábria.
De acordo com organizadores do ato, a imprensa italiana boicota informações a respeito do ativista. De tal forma, o ato é também uma maneira de chamar a atenção para o caso.
No dia 2 de junho, Battisti deu início a uma nova greve de fome para protestar contra seu encarceramento e por ter o pedido de transferência a uma prisão sem isolamento e com direito a banhos de sol negado pela segunda vez.
Condenado à prisão perpétua pela participação em quatro assassinatos na década de 1970, o ex-militante de 66 anos escreveu em maio que iria recorrer “à greve de fome”, e descreveu sua ala de segurança máxima na prisão de Rossano como um “túmulo”.
“Com a esperança de que a Justiça abra uma brecha no muro dos condenados, e até que Cesare Battisti tenha direito a um tratamento humano que deve ser garantido a todos os condenados”, diz o texto divulgado pela filha do italiano.
Em outro documento, Battisti afirma que, “se necessário”, irá continuar a greve de fome “até o último suspiro”, afirmando que faz uma “reivindicação de direitos inalienáveis”. “Não há lugar na minha decisão para um desvio psicológico”, disse.
Além da mudança de presídio, Battisti reivindica o fim do regime de alta segurança e do isolamento ao qual está submetido, que o impede de conviver com outros detentos e realizar atividades.
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Ato em frente ao consulado italiano quer chamar atenção da imprensa italiana para as condições carcerárias de Battisti