O Ministério Público de Termini Imerese abriu neste sábado (24/08) uma investigação de homicídio culposo sobre as mortes do bilionário britânico Mike Lynch e outras seis pessoas no naufrágio de um iate de luxo na costa da Sicília, no sul da Itália.
O promotor italiano Ambrogio Cartosio anunciou que até agora o inquérito não tem nenhuma pessoa individual como alvo, mas que “poderia ser possível” incluir quaisquer suspeitos na investigação antes da recuperação do veleiro.
Segundo Cartosio, os sobreviventes da tripulação “não devem permanecer na Sicília, porque não há obrigação legal”, mas precisam “dar a máxima disponibilidade” se tiverem que prestar depoimento. A única exceção é o comandante, o neozelandês James Cutfield, que deverá ser ouvido novamente.
“O processo foi aberto contra desconhecidos com a hipótese de acusações de naufrágio culposo e homicídio culposo por negligência”, informou.
Durante a coletiva, os promotores, incluindo Raffaele Cammarano, que está coordenando a investigação, classificaram a tragédia como “um evento repentino e abrupto”, tendo em vista que o veleiro foi “atingido por uma forte tempestade”.
“Os passageiros não tiveram tempo de escapar porque estavam dormindo em suas cabines a bordo do iate, que era de propriedade de Lynch”, disse o promotor, destacando que “havia um tripulante na ponte quando ocorreu o temporal”.
De acordo com Cammarano, agora a investigação visa precisamente perceber o que aconteceu, principalmente porque “os ocupantes do veleiro tinham desembarcado em Cefalù no dia anterior e não tinham desembarcado em Porticello”.
Além disso, explicou que, “no momento, não temos certeza de que exista uma caixa preta”. “Nesta fase o foco está na busca. Temos que aguardar a recuperação do veleiro. Não podemos confirmar se as portas estavam abertas”, acrescentou.
O que aconteceu
O iate afundou na última segunda-feira (19/08) devido a um tornado repentino enquanto estava estacionado no Porto de Porticello, nos arredores de Palermo. Uma câmera de segurança de uma residência próxima do local do incidente mostrou que a embarcação desapareceu em apenas 60 segundos.
Chamado Bayesian, o veleiro tem 56 metros, pesa 473 toneladas e foi construído pelo estaleiro Perini Navi em Viareggio, na Itália, para realizar viagens de luxo. A embarcação tinha bandeira britânica e levava 12 passageiros e 10 tripulantes.
Além de Lynch e sua filha, Hannah, de 18 anos, a tragédia matou Ricardo Thomas, cozinheiro da embarcação; Jonathan Bloomer, presidente do banco Morgan Stanley International, e sua esposa, Judy Bloomer; o advogado de Lynch, Chris Morvillo, e sua mulher, a designer de joias Neda Morvillo.
Lynch havia levado amigos e familiares para o iate Bayesian para celebrar o fim de um processo legal de 12 anos decorrente da venda bilionária de sua empresa de tecnologia para a HP.
(*) Com Ansa.