Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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O político muçulmano Zohran Mamdani, de 33 anos, conhecido por posições pró-Palestina e contrárias ao genocídio perpetrado pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu contra a Faixa de Gaza, é o favorito para disputar as eleições para prefeitura de Nova York pelo Partido Democrata, que serão realizadas em 4 de novembro.

Segundo os resultados das primárias do partido realizadas na última terça-feira (25/06) e divulgada nesta quarta (26/06) pelo jornal The New York Times, Mamdani obteve 43,5% dos votos dos eleitores registrados, o equivalente a 432.305.

O resultado baseado na contagem da agência Associated Press (AP) superou o de seu principal oponente, o advogado e ex-governador do estado de Nova York (2011-2021), Andrew Cuomo. De acordo com os números do NYT, o político recebeu 36,4% dos votos (361.840).

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Após o resultado, o deputado estadual progressista pelo bairro do Queens declarou que “é uma honra ser o candidato democrata para prefeito da cidade de Nova York”.

“Nas palavras de Nelson Mandela: sempre parece impossível até que seja feito. Meus amigos, está feito. E foram vocês que fizeram isso”, escreveu em suas redes sociais.

Segundo a agência France-Presse, Mandami ainda discursou: “esta noite fizemos história. Vencemos porque os nova-iorquinos defenderam uma cidade onde possam viver. Uma cidade onde podem fazer mais do que apenas sobreviver”.

Cuomo, de 67 anos, era favorito na corrida eleitoral do Partido Democrata, mas sua campanha foi marcada pela renúncia do governo estadual de Nova York devido a acusações de assédio sexual e pela má administração da cidade durante a pandemia de covid-19. A maior cidade dos EUA foi o epicentro do vírus e registrou cerca de 44 mil mortos entre 2020 e 2021.

Além do currículo extenso, o político também faz parte do time jurídico que defende o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contra as acusações do Tribunal Pena Internacional (TPI) pelos crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza.

Após a derrota, o veterano da política discursou aos seus apoiadores: “Esta noite não foi a nossa noite. Liguei para ele [Mamdani], parabenizei-o… ele venceu”.

Já o atual prefeito de Nova York, Eric Adams, que tem históricos baixos de aprovação, anunciou que concorrerá à reeleição de forma independente, sem participar das primárias de junho. O político tem proximidade com o presidente Donald Trump e chamou Mamdani de “candidato antissemita”.

Mamdani já prometeu prender Netanyahu caso ele viaje a Nova Iorque durante seu possível mandato
Zohran Kwame Mamdani/X

Quem é Zohran Mamdani?

Nascido em 18 de outubro de 1991, em Kampala, Uganda, Mamdani foi para os Estados Unidos aos sete anos de idade e começou sua carreira política como um profissional para prestar assistência a pessoas em processo de despejo de suas moradias no Queens.

Desde 2020, ela atua como membro da Assembleia Estadual e tem focado sua campanha em questões como congelar os aumentos de aluguel e aliviar a crise imobiliária.

Além disso, propõe eliminar as tarifas de ônibus e expandir as faixas exclusivas, promover um programa gratuito de creche para crianças e melhorar os salários dos trabalhadores do transporte público na cidade.

Na questão do genocídio promovido por Israel contra o povo palestino em Gaza, Mamdani já prometeu prender Netanyahu caso ele viaje a Nova Iorque durante seu possível mandato.

Como parlamentar apresentou um projeto de lei para proibir que instituições de caridade da cidade financiem organizações “vinculadas a crimes de guerra israelenses”.

Primárias democratas em Nova York

Mamdani, que é definido pelo NYT como “um socialista democrata, que continua a abraçar visões de esquerda que se tornaram menos populares entre os eleitores de Nova Iorque”, venceu entre 11 candidatos democratas à Prefeitura da cidade.

Apesar do desempenho do deputado progressista, ele ainda não é considerado o candidato do Partido Democrata para disputar as eleições municipais em Nova York. Segundo o NYT, como nenhum candidato alcançou o mínimo de 50% dos votos, haverá um segundo turno.

Esse sistema, chamado “votação por ordem de preferência”, foi utilizado pela primeira vez em 2021, sendo esta a sua segunda implementação. “Rodada após rodada, os candidatos com menos apoio são eliminados, e seus votos são redistribuídos para as próximas escolhas dos eleitores”, explica o jornal.

(*) Com Prensa Latina, informações de Agência France-Presse e The New York Times