Terça-feira, 10 de junho de 2025
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O ex-presidente do Uruguai José Alberto “Pepe” Mujica Cordano (2010-2015) está na fase “terminal” de seu câncer no esôfago e recebe cuidados paliativos para aliviar a dor, informou sua esposa, a ex-vice-presidente Lucía Topolansky, ao jornal local La Diaria.

A situação atual é “terminal”, disse Topolansky, citada pela estação de rádio local Sarandí. A esposa de Mujica ainda explicou que os médicos estão fazendo todo o possível para garantir que ele viva a parte final de sua vida “da melhor maneira possível”.

Sobre a ausência incomum do ex-presidente nas eleições regionais do Uruguai, realizadas no último domingo (11/05), nas quais a esquerda manteve o poder na capital do país, Montevidéu, sua companheira explicou que o deslocamento “era demais” para ele, que ficou em repouso seguindo as orientações médicas.

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Topolansky também declarou que estará com Mujica “até o fim”. “Foi o que prometi. O que tentamos fazer é preservar a privacidade da nossa família, mas com um personagem como o Pepe, é meio impossível”, disse.

Também no domingo, o presidente uruguaio, Yamandú Orsi, sucessor de Mujica, pediu que a privacidade do ex-guerrilheiro fosse respeitada.

Mujica anunciou o diagnóstico de câncer em abril de 2024
Fotografía oficial de la Presidencia de Colombia/Wikicommons

“É um estado delicado, ele não consegue se mexer; estamos todos tentando cuidar dele e garantir que não faça nada que possa prejudicá-lo. Todos nós devemos contribuir para garantir que a dignidade seja a chave em todas as fases da vida. Devemos deixá-lo em paz”, insistiu Orsi.

Mujica anunciou o diagnóstico de câncer em abril de 2024. Já em janeiro passado, ele afirmou que a doença havia se espalhado por todo o seu corpo e que não faria mais tratamento.

Na ocasião também disse que não suportaria realizar tratamentos bioquímicos ou cirurgias: “meu corpo não aguenta”, disse. Em tom de despedida, fez um último pedido: “o que peço é que me deixem tranquilo. Que não me peçam mais entrevistas nem nada mais. Já terminou meu ciclo. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito a seu descanso”.

No mesmo mês Mujica informou que planejava passar seus últimos dias em sua famosa chácara em Rincón del Cerro, onde vive com Topolansky. “Eu vou morrer aqui. Ali fora há uma sequoia grande. A Manuela (sua cadela) está enterrada lá. Estou fazendo os papéis para que também me enterrem ali”, declarou.

Mesmo diante da gravidade da situação, Mujica destacou sentir orgulho pelo futuro político de seu país. Ele ajudou e comemorou a vitória histórica de Yamandú Orsi nas últimas eleições e afirmou que isso o deixa “tranquilo e agradecido”.

(*) Com Brasil de Fato, Revista Fórum e TeleSUR