Um grupo de ativistas sauditas lançou uma nova campanha por meio do Twitter que chama as mulheres a dirigirem seus carros no dia 22 de fevereiro, para denunciar a proibição vigente no reino saudita. Sob o lema “A educação e a consciência”, a campanha está sendo convocada pela conhecida ativista Aziza al Youssef, que tem o objetivo de reivindicar o direito das mulheres a dirigir e pedir mudanças na legislação.
Carlos Latuff
Cartunista do Opera Mundi retratou em 2011 o nascimento do movimento #women2drive
Em entrevista publicada hoje pelo jornal Al-Hayat, Aziza afirmou que sua luta busca transformar “um direito natural em um fato”. Segundo a ativista, os participantes ganharam experiência com manifestações anteriores, em particular a de 26 de outubro, que deram ainda seus frutos apesar dos obstáculos das autoridades.
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Aziza destacou, entre os benefícios dessas campanhas, que as mulheres estão mais conscientes de que o problema nos últimos anos é legal, não social. A ativista, que participou de campanhas semelhantes, disse que os esforços envolvem organizações religiosas, o que permite chegar às autoridades, no entanto não há nenhum sinal de a reivindicação esteja sendo considerada. Com a iniciativa, seus opositores também postaram nas redes sociais vídeos nos quais argumentam sua rejeição à direção feminina e fazem ameaças.
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Ativistas da Arábia Saudita organizaram em 26 de outubro do ano passado uma campanha que pedia dirigir nas ruas do país, e outra em 31 de novembro, dia que não existiu no calendário, com o objetivo de dar ênfase ao direito de dirigir independentemente da data que for. A primeira iniciativa feita por mulheres sauditas foi em 17 de junho de 2011, o que levou à detenção de várias ativistas por dias, embora depois foram postas em liberdade sob fiança.
Na Arábia Saudita rege uma estrita interpretação da lei islâmica, a “sharia”, que impõe a segregação de sexos em espaços públicos. As mulheres não podem dirigir nem viajar para o exterior sem um homem da família, entre outras restrições.