Há dois meses das eleições que vão eleger prefeitos e governadores na Colômbia, quase cem candidatos receberam ameaças de diversas organizações criminosas. Os números foram revelados nesta terça-feira (30/08) pelo diretor do serviço de proteção da polícia, o general Nicolás Muñoz.
De acordo com Muñoz, a maioria das ameaças tem origem nos departamentos de Valle, Cauca, Antioquia e Nariño. “Estamos averiguando se as ameaças provêm da “guerra suja” entre as campanhas ou de quadrilhas de criminosos”, disse. As informações são da rede multiestatal de notícias TeleSur e do jornal local El Colombiano.
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Para evitar que alguma delas se concretize, a polícia colombiana montou em forte esquema de segurança disponibilizando 465 homens. Eles formarão um grupo de proteção aos ameaçados, que agirão diretamente nas sedes dos partidos, nas residências dos candidatos e nos eventos de campanha em que estiverem presentes.
Na capital do país, Bogotá, o reforço na segurança será ainda maior. “Em Bogotá existem dois casos isolados de ameaças contra dois candidatos a vereadores na região de Sumpaz [no sul da capital]. O compromisso do governo é garantir segurança a todos os candidatos onde detectamos um nível de risco importante”, explicou o general.
Mesmo assim, a eficácia das políticas de segurança governamentais é constantemente questionada, inclusive por parlamentares já eleitos. Há duas semanas, o senador Camilo Romero, do Pólo Democrático, criticou a atuação do governo diante dos candidatos a cargos públicos. Ele lembrou que, apenas nessa corrida presidencial, 28 candidatos já foram assassinados no país, e 978 municípios correm risco de perder seus líderes políticos por conta da falta de segurança.
“Eu entendo as manifestações públicas, cidadãs e emotivas que motivam os atores ilegais, mas temos um governo que é responsável por nós e a quem temos que recorrer para que este problema seja resolvido”, afirmou.
O senador do Partido da U, Juan Lozano, por sua vez, fez um apelo ao ministro do Interior, German Vargas Lleras, para que proponha possíveis soluções diante da “situação preocupante que se apresenta em algumas zonas do país, onde grupos armados ilegais e delinqüentes tentam mudar a intenção de voto dos colombianos”.
Em resposta, Vargas Lleras afirmou que o governo disponibilizará todos os recursos para garantir a segurança dos candidatos. “Estamos desenvolvendo uma parceria com a polícia nacional e o ministério da Defesa para oferecer garantias suficientes aos mais de 100 mil candidatos que vão se inscrever, para que concorram com absoluta liberdade do processo eleitoral”, disse o ministro.
Entretanto, ele admitiu que haverá uma lista de prioridades: quem pedir proteção só a partir de agora terá de esperar os que já receberam ameaças. A justificativa é a grande demanda.
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