O presidente do Egito, Mohamed Mursi, que neste domingo (30/06) completa um ano no governo, afirmou que não haverá uma segunda Primavera Árave, refutando o grito de milhares de manifestantes que se reuniram hoje na frente do palácio presidencial pedindo sua renúncia.
Segundo Morsi, sua saída da presidência representaria uma tragédia para o processo democrático do país, após os protestos que revolucionaram a vida política do país em 2010 e 2011 – processo que ficou gravado na história como Primavera Árabe.
“Não vou tolerar nenhuma ameaça a ordem constitucional. Se trocamos alguém da presidência que está no seu direito legítimo, um ano depois terão novas pessoas fazendo oposição e, depois de uma semana ou um mês, vão pedir a renúncia também. Dessa vez, não haverá revolução”, afirmou à imprensa europeia.
Agência Efe
São milhares de pessoas a protestar contra e a favor Mursi
Mursi reiterou, no entanto, que respeita a voz dos opositores e que isso faz parte “de um país democrático”.
Milhares de pessoas se reuniram neste domingo na praça Tahrir, no Cairo, a favor e contra, a renúncia de Mursi.
Segundoa Agência Efe, grupos de voluntários controlam os acessos a Tahrir para evitar que pessoas se infiltrem com armas e objetos cortantes. Há ainda manifestações que se dirigem para o palácio presidencial de Itihadiya, no bairro de Heliópolis.
A imprensa local afirma que pelo menos 46 pessoas armadas foram detidas hoje no Cairo e na província de Guiza. Segundo informações do jornal Guardian, uma pessoa morreu nos confrontos entre manifestantes. Outras várias passeatas aconteceram ao redor do país.
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Vários helicópteros militares sobrevoam a Tahrir, que, por enquanto, vive um ambinte pacífico. O Exército e a polícia estão nas principais instituições e pontos estratégicos do país para manter a segurança. Mursi manteve contatos com o primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil, e os responsáveis de Interior e Defesa para acompanhar o desenvolvimento da jornada, informou a agência Mena.