Negociações em Londres sobre guerra na Ucrânia são adiadas após desistência de Rubio
Secretário de Estado dos EUA informou que remarcará viagem após 'reuniões técnicas' sobre assunto
As discussões de paz para a guerra na Ucrânia que ocorreriam em Londres nesta quarta-feira (23/04), com a participação dos principais diplomatas dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Ucrânia foram adiadas abruptamente.
O cancelamento foi informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, sem dar mais detalhes sobre o motivo. Os diplomatas dariam continuidade às discussões da proposta de cessar-fogo, liderada por Washington, que foram iniciadas na semana passada, durante o encontro de Paris.
“A reunião sobre as negociações de paz na Ucrânia com os ministros das Relações Exteriores foi adiada”, informou o governo britânico em um comunicado oficial, referindo-se à convocação do encontro. “As discussões entre assessores continuam, mas estão fechadas à imprensa”, acrescenta o texto.
Segundo The Guardian, o secretário de Relações Exteriores britânico David Lammy ficou constrangido com a decisão repentina de Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, manifestada ontem à noite, de não comparecer na reunião desta quarta-feira.
Rubio conversou nesta noite com Lammy, e disse que esperava remarcar sua viagem nos próximos meses após as “reuniões técnicas” desta quarta-feira.

Ministério da Defesa da Ucrânia / Wikimedia Commons
Segundo a Casa Branca, Steve Witkoff, que atua como enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, planeja uma viagem a Moscou ainda nesta semana. A informação foi confirmada pela Casa Branca e noticiada pelo Financial Times, sem especificar a data.
Apesar do cancelamento da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, juntamente com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Rustem Umerov, e o chefe de gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, encontraram-se com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, e o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey.
“Apesar de tudo, trabalharemos pela paz”, afirmou o chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Andriy Yermak, nas redes sociais.
Posição da Rússia
Nesta terça-feira (22/04), em coletiva de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que, apesar de Moscou e Washington estarem mantendo diálogos a respeito do conflito na Ucrânia, não se pode esperar que a guerra seja solucionada prontamente, por se tratar de uma questão “complexa”.
“Continuamos nossos contatos com os americanos por meio de vários canais. A questão do acordo [ucraniano] é extremamente complexa, é claro, então dificilmente é possível estabelecer alguns prazos rígidos e tentar apressar a resolução do conflito em um prazo mais curto. Isso seria um exercício de futilidade”, disse Peskov à imprensa. “Mas o trabalho [de resolver a crise ucraniana] está realmente em andamento”.
Na segunda-feira (21/04), em pronunciamento à TV estatal russa, o presidente Vladimir Putin indicou estar aberto à perspectiva de negociações diretas com a Ucrânia. O mandatário afirmou que tinha uma “atitude positiva em relação a qualquer iniciativa de paz” e que esperava que Kiev “se sentisse da mesma maneira”.
