Segunda-feira, 19 de maio de 2025
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As discussões de paz para a guerra na Ucrânia que ocorreriam em Londres nesta quarta-feira (23/04), com a participação dos principais diplomatas dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Ucrânia foram adiadas abruptamente.

O cancelamento foi informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, sem dar mais detalhes sobre o motivo. Os diplomatas dariam continuidade às discussões da proposta de cessar-fogo, liderada por Washington, que foram iniciadas na semana passada, durante o encontro de Paris.

“A reunião sobre as negociações de paz na Ucrânia com os ministros das Relações Exteriores foi adiada”, informou o governo britânico em um comunicado oficial, referindo-se à convocação do encontro. “As discussões entre assessores continuam, mas estão fechadas à imprensa”, acrescenta o texto.

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Segundo The Guardian, o secretário de Relações Exteriores britânico David Lammy ficou constrangido com a decisão repentina de Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, manifestada ontem à noite, de não comparecer na reunião desta quarta-feira.

Rubio conversou nesta noite com Lammy, e disse que esperava remarcar sua viagem nos próximos meses após as “reuniões técnicas” desta quarta-feira.

Cessar-fogo da guerra iniciada em 2014 permanece em negociação.
Ministério da Defesa da Ucrânia / Wikimedia Commons

Segundo a Casa Branca, Steve Witkoff, que atua como enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, planeja uma viagem a Moscou ainda nesta semana.  A informação foi confirmada pela Casa Branca e noticiada pelo Financial Times, sem especificar a data.

Apesar do cancelamento da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, juntamente com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Rustem Umerov, e o chefe de gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, encontraram-se com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, e o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey.

“Apesar de tudo, trabalharemos pela paz”, afirmou o chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Andriy Yermak, nas redes sociais.

Posição da Rússia

Nesta terça-feira (22/04), em coletiva de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que, apesar de Moscou e Washington estarem mantendo diálogos a respeito do conflito na Ucrânia, não se pode esperar que a guerra seja solucionada prontamente, por se tratar de uma questão “complexa”.

“Continuamos nossos contatos com os americanos por meio de vários canais. A questão do acordo [ucraniano] é extremamente complexa, é claro, então dificilmente é possível estabelecer alguns prazos rígidos e tentar apressar a resolução do conflito em um prazo mais curto. Isso seria um exercício de futilidade”, disse Peskov à imprensa. “Mas o trabalho [de resolver a crise ucraniana] está realmente em andamento”.

Na segunda-feira (21/04), em pronunciamento à TV estatal russa, o presidente Vladimir Putin indicou estar aberto à perspectiva de negociações diretas com a Ucrânia. O mandatário afirmou que tinha uma “atitude positiva em relação a qualquer iniciativa de paz” e que esperava que Kiev “se sentisse da mesma maneira”.