O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou nesta segunda-feira (22/07) uma visita aos Estados Unidos na qual pretende reforçar o apoio à ofensiva militar promovida por seu país contra a Faixa de Gaza, massacre que já resultou na morte de mais de 39 mil civis palestinos, segundo as cifras oficiais.
O evento mais importante da agenda do premiê israelense será o discurso que ele fará no Congresso, na tarde desta quarta-feira (24/07). Será a quarta vez que Netanyahu falará ao parlamento norte-americano. Com isso, ele irá superar o britânico Winston Churchill, que discursou três vezes no Capitólio.
O objetivo mais importante da viagem, contudo, será a renovação dos apoios que o governo de Israel mantém com as altas cúpulas tanto do Partido Republicano quanto do Partido Democrata, ação que ganha contornos estratégicos se considerado o cenário eleitoral que os Estados Unidos vivem atualmente.

A disputa presidencial norte-americana entrou em uma nova etapa após a desistência do presidente Joe Biden em concorrer à reeleição. O atual mandatário é considerado um aliado de Israel dentro do Partido Democrata, mas o nome que ele indicou para ser a sua substituta, a atual vice-presidente Kamala Harris – ainda não oficializada como candidata presidencial da sigla –, é considerada pelos analistas como uma incógnita, com relação ao seu posicionamento sobre o conflito no Oriente Médio.
Por outro lado, entre os Republicanos, a busca por apoio para Israel terá como aliados o próprio presidente da Câmara dos Representantes (a câmara baixa norte-americana), Mike Johnson, que foi o autor do convite para que Netanyahu discursasse em Washington, e também o ex-presidente e atual candidato presidencial do partido, o magnata Donald Trump.
O ex-mandatário não deverá comparecer ao Congresso para assistir o discurso de Netanyahu, mas sim o candidato a vice-presidente na sua chapa, James David Vance, que é senador pelo estado de Ohio.
Entretanto, ao menos em suas declarações, Netanyahu mostrou que deseja mostrar que seu país continuará contando com o apoio dos Estados Unidos qualquer que seja o resultado das eleições marcadas para o próximo mês de novembro.
Ao desembarcar em terras norte-americanas, o primeiro-ministro de Israel declarou que “independentemente de quem o povo americano escolher como próximo presidente, é importante que os inimigos de Israel saibam que a América e Israel continuarão unidos; hoje, amanhã e sempre”.

Netanyahu desembarca em Washington para visita de três dias aos Estados Unidos
Protestos em Washington
A visita de Netanyahu não deverá estar isenta de problemas, especialmente durante o seu discurso no Capitólio. Diversas organizações sociais convocaram protestos, que devem acontecer nos arredores da sede legislativa norte-americana durante a apresentação do líder sionista israelense.
Entre os movimentos que estão se mobilizando para o ato desta quarta-feira estão o Code Pink, Palestinian American Community Center (Centro Comunitário Palestino Americano), Jewish Voices for Peace (Vozes Judaicas pela Paz) e Act Now to Stop War and End Racism (Agir Agora para Parar a Guerra e Acabar com o Racismo, cuja sigla em inglês é ANSWER, que significa “resposta”, também em inglês).
Em um comunicado, o coletivo CodePink disse que organizações de diversos estados estão realizando caravanas para Washington e levando milhares de pessoas para protestar contra a presença de Netanyahu no país.
Além dos atos na rua, a visita do premiê israelense foi repudiada em uma carta assinada por 230 funcionários anônimos do Congresso norte-americano, que trabalham em de 122 gabinetes parlamentares. O texto apresenta uma lista das violações aos direitos humanos cometidas pelas forças de Tel Aviv nos últimos nove meses.