O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse nesta sexta-feira (10/01) para um novo mandato de seis anos à frente do governo, após ter sido declarado vencedor das eleições de 28 de julho de 2024, com 51,2% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral do país.
A cerimônia foi realizada na Assembleia Nacional, em Caracas, capital do país latino-americano. Maduro foi juramentado como presidente da Venezuela sobre uma cópia da Constituição Bolivariana assinada pelo líder revolucionário Comandante Hugo Chávez.
Maduro também recebeu a faixa presidencial junto com o colar que contém as chaves da arca e do sarcófago com os restos mortais de Simón Bolívar, e assinou o ato que legaliza a posse.
Após as formalidades, iniciou seu discurso aos representantes do Executivo, Judiciário e Legislativo do país, além das delegações estrangeiras, destacando a presença de mais de 125 países e organizações internacionais na cerimônia. Da mesma forma, destacou a participação de mais de dois mil delegados do Grande Festival Mundial Antifascista.
Maduro também cumprimentou os movimentos camponeses, pescadores, grupos feministas, bem como representantes de organizações comunitárias, esportivas e culturais. “Nosso povo está nas ruas participando da tomada de posse que pertence ao povo”, declarou.
Maduro afirmou que a Venezuela está “em paz”, que o governo respeita a Constituição, em uma crítica à oposição de extrema direita, representada por Maria Corina Machado e o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que não acatou os resultados da eleição de julho e buscou interferir na posse do chavista.
“Contra todos os imperialismos”, comemorou. “Se algo caracteriza a história de 500 anos do povo desta terra chamada Venezuela, é a história da resistência heroica e maravilhosa contra todas as formas de dominação, contra todas as formas de colonialismo, contra todos os imperialismos”, observou Maduro.
“O poder que tenho não me foi dado por um governo estrangeiro, não fui colocado pelo governo dos Estados Unidos, nem pelos pró-imperialistas e direita norte-americana. Apenas o povo, meu poder emana do povo e ao povo eu devo”.
Assim, afirmou obedecer “a uma só ordem”. “Meu coração está entregue a uma só força, que é o povo trabalhador, o homem, a mulher, as crianças, a força de Bolívar!”.
O presidente exaltou a Constituição do país, defendendo a soberania do documento. “A Constituição da Venezuela, que garante o Estado Nacional Democrático de Direito e Justiça, foi escrita pelo povo, aprovada pelo povo, defendida pelo povo”.
Falando sobre as próximas eleições no país, afirmou que o país sul-americano é “constitucionalista”: “cumprimos nossa Constituição e confiamos no povo”.
“Hoje podemos ver que a Constituição é vitoriosa porque a Venezuela está em pleno exercício de sua soberania nacional, poder e independência”, disse, em referência às tentativas de interferência externa no país.
Criticou assim a direita internacional que apoia a oposição, afirmando que o conluio da extrema direita é “encabeçado por um nazifascista, chamado Javier Milei [presidente da Argentina]”. “Acharam que poderiam impor um presidente. Não puderam, nem poderão jamais”.
Maduro também saudou Hugo Chávez durante sua fala no Parlamento: “o imortal, invicto, amado comandante que sempre está presente em nossas vidas, jurei prosseguir com sua luta e sonhos. Ele trouxe ao século 21 as ideias, projetos e sonhos originários dos homens e mulheres que, a cavalo, expulsaram o império espanhol de todas as terras sul-americanas”, acrescentou.
“Farei cumprir todas as obrigações da Constituição e das leis da República. Este novo período presidencial será o período de paz, prosperidade, igualdade e nova democracia”, prometeu o mandatário para seu próximo governo.
Durante a fala, o líder político ainda exaltou o povo venezuelano ao mencionar sua faixa presidencial, que foi feita “pelas mãos do povo”. E relatou que, no caminho da Assembleia Nacional, as caravanas dos apoiadores também usavam a mesma faixa. “Isso é lindo”, declarou o presidente.
(*) Com Ansa e TeleSUR