O Exército da Nigéria anunciou neste domingo (16/11) ter retomado o controle de Chibok, conhecida por ser a cidade onde se deu o sequestro de 276 alunas em abril deste ano. O local estava sob domínio do grupo islâmico Boko Haram desde quinta-feira (13/11).

Opinião: O rapto das meninas nigerianas e a violência de gênero

Efe

Diversas mulheres protestam contra falta de informações do governo sobre sequestro e pedem que “deixem a paz e a justiça reinar”

Um porta-voz do Exército, o general Olajide Olaleye, confirmou à Efe a libertação de Chibok, mas não deu detalhes sobre como isso aconteceu. A cidade fica no estado de Borno, onde está situada a base de operações de Boko Haram.

Segundo o representante do governo de Chibok, Bana Lawan, os insurgentes chegaram à cidade na quinta à tarde em picapes e começaram a disparar contra quem estivesse à frente. “Todos estão apenas tentando escapar com suas vidas”, declarou Lawan à Associated Press na ocasião.Com a destruição das torres de telefonia, as tentativas para entrar em contato com alguns dos pais das meninas sequestradas falharam, apontam agências de notícias.

No dia 14 de abril de 2014, o sequestro das garotas chamou atenção mundial. À época, houve uma campanha global no Twitter, a “BringBackOurGirls” (“Traga Nossas Garotas de Volta”), que criticava também  a postura passiva do governo de Goodluck Jonathan.Embora algumas tenham conseguido escapar do cativeiro, 219 adolescentes que ainda permanecem desaparecidas.

No mês passado, o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, anunciou em um vídeo que as estudantes eram “uma velha história”, pois todas foram convertidas ao Islã e já se casaram com seus combatentes. Chibok é um enclave de famílias cristãs que está localizado na região norte do país, que, por sua vez, tem maioria muçulmana.

Segundo especialistas em segurança, o Boko Haram controla 221 mil quilômetros quadrados do nordeste da Nigéria. O grupo – cujo nome em línguas locais significa “a educação não islâmica é pecado” – começou a conquistar territórios no início do ano.

Seis meses após o sequestro, o governo do país chegou a anunciar um acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista, mas os atentados e raptos em massa continuaram nos últimos dias.