Nível de poluição do ar dispara em Xangai após fim da Expo 2010
Nível de poluição do ar dispara em Xangai após fim da Expo 2010
O nível de poluição do ar disparou em Xangai apenas algumas semanas após o fim da Exposição Universal 2010 e a cidade chinesa voltou a ultrapassar o limite aceitável de poluição, em sua pior emissão de gases poluentes em cinco anos.
Como ocorreu em Pequim após os Jogos Olímpicos de 2008, Xangai voltou a emitir grande quantidade de gases poluentes, que haviam sido reduzidas nas semanas anteriores e nos seis meses da Expo 2010, realizada entre 1º de maio e 31 de outubro e que recebeu 73 milhões de visitantes.
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O reatamento de muitos projetos de construção interrompidos para “limpar” o ar da cidade durante o evento, o aumento do tráfego, que sofreu restrições em algumas áreas durante a Expo 2010, e a escassez de chuvas tornaram a poluição nos últimos dias quase insuportável na cidade que é considerada a capital financeira da China.
Uma neblina envolve os mais de 15 mil arranha-céus da cidade de 20 milhões habitantes, que nas últimas semanas sofrem com sintomas como tosse seca, irritação nos olhos, dificuldades para respirar e fadiga, apesar de já estarem acostumados a passar por períodos de poluição acima dos limites toleráveis.
Em 1º de novembro, um dia após o fim da exposição, a poluição atmosférica registrou seus piores níveis desde março, um mês antes da abertura do evento internacional, e quase triplicou desde 31 de outubro, dia do encerramento.
Assim como nos Jogos Olímpicos de Pequim, as autoridades de Xangai tiveram a preocupação de reduzir os níveis de poluição antes da chegada de participantes de todo o mundo para o evento, e embora não tenham conseguido reduzi-las tanto quanto necessário, a diferença foi notável.
Durante a Expo 2010, a cidade parou muitas das obras que florescem na cidade graças à bolha imobiliária chinesa, restringiu a circulação de caminhões altamente poluentes e proibiu as queimadas.
“O Governo deveria abandonar esta atitude sem visão a longo prazo na qual se dá prioridade a um evento específico sem esforços contínuos para manter os níveis e conseguir uma melhora duradoura”, declarou Shu Jiong, especialista em clima da Universidade Normal do Leste da China, citado pelo jornal “China Daily”.
Para o acadêmico, há a necessidade de se “construir um sistema integrado, que inclua uma melhor gestão das obras para controlar suas emissões de gases, assim como reduzir a utilização de veículos particulares e estimular as pessoas a usar transporte público”.
Os responsáveis pelo controle da qualidade do ar da cidade responsabilizaram fenômenos climáticos pelos níveis de poluição, como as tempestades de areia produzidas no norte da China e a onda de frio, que, segundo eles, teriam arrastado ar poluído de províncias do interior da China para Xangai.
Os níveis de poluição registrados em 13 de novembro foram os piores em uma década e quase quadruplicaram o limite estabelecido pelo gigante asiático.
A medição dos níveis de poluição do país estabelece que até 50 pontos a qualidade do ar é considerada excelente, de 50 a 100 pontos boa, acima de 100 pontos o ar já está poluído, enquanto acima dos 200 pontos é considerado muito poluído.
Segundo o jornal “Shanghai Daily”, quando o nível ultrapassa os 300 pontos “as pessoas saudáveis passam a ter uma menor resistência durante a prática de atividades físicas e a sofrer fortes irritações e outros sintomas”.
No dia 13 de novembro o nível de poluição chegou a 370 pontos e desde então permaneceu alto. A situação ficou ainda pior pela escassez de chuvas, o que é raro nessa época do ano.
Até o fim de novembro, a cidade registrou apenas 0,8 milímetros de chuvas, em contraste com a média de 54,3 milímetros para novembro elaborada a partir de registros dos últimos 137 anos, segundo dados do escritório meteorológico de Xangai.
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