Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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A 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (03/07), em Buenos Aires, teve como destaque os discursos dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Javier Milei, mandatário anfitrião do evento.

Em sua intervenção, Lula destacou o fato de que o Brasil assumiu neste mês a presidência pró tempore do bloco, que será exercida durante o segundo semestre de 2025 – em janeiro de 2026, a liderança passará às mãos da Bolívia.

O presidente brasileiro afirmou que a prioridade do bloco neste semestre serão os esforços para a conclusão do acordo comercial com a União Europeia.

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“Estou confiante de que, até o fim deste ano, assinaremos os acordos com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, por sua sigla em inglês), criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo”, ressaltou Lula.

Ásia e ‘novo tabuleiro global’

Em outro momento, o mandatário brasileiro enfatizou que “e hora de o Mercosul olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial”.

“Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia”, acrescentou.

Chefes de Estado do Mercosul posam para foto oficial da Cúpula de Buenos Aires
Ricardo Stuckert / Presidência da República

Lula completou seu discurso dizendo que “a presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar no novo tabuleiro global”.

Milei ameaça com saída da Argentina

Por sua parte, o presidente anfitrião do evento, o argentino Javier Milei, defendeu uma maior flexibilidade comercial, especialmente para que os países do bloco possam fazer acordos separados dos demais membros – algo que é proibido, segundo as regras atuais do bloco.

Segundo Milei, a Argentina “embarcou no navio que nos leva à liberdade, e avançará por ele junto (com o Mercosul) ou sozinho”.

“A barreira que erguemos para nos proteger comercialmente acabou nos excluindo do resto do mundo. Temos que insistir em flexibilizar as condições sociais que nos unem e evoluir para derrubar essa cortina de ferro e estabelecer um marco no qual cada país possa desfrutar de maior autonomia para aproveitar suas vantagens comparativas e potencial exportador”, declarou o mandatário argentino.

Em sua conclusão, Milei disse que “o Mercosul se tornou cada vez menos mercadológico e compartilhado, mas nós (Argentina) buscamos colocar fim ao que consideramos uma inércia destrutiva”.

Com informações do Página/12 e El Destape.