Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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O ano que acaba de chegar ao fim foi particularmente dramático para os jornalistas. Em todo o mundo, 78 foram assassinados, uma estatística inédita segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (1º) pelo CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas).

A organização de defesa da liberdade de imprensa, sediada em Nova York, recorda que em 2008 morreram 42 jornalistas, o que representou uma redução de 25% em comparação com 2007, que tinha registrado, até então, o número mais elevado de homicídios, quando a violência estava no ápice no Iraque, que durante seis anos foi o país mais letal para jornalistas.

Neste ano, o Iraque caiu para a quarta posição na lista dos destinos mais mortíferos para repórteres. As Filipinas ficaram no topo da lista com 32 mortes – 31 delas ocorridas durante um massacre no sul do país em novembro. O México ficou segundo, com 13 jornalistas assassinados. A Somália – que, segundo agências de segurança ocidentais se tornou um abrigo para guerrilheiros, incluindo extremistas estrangeiros – está na terceira posição, com nove mortes de jornalistas.

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Correspondentes locais

“Este foi um ano de devastação sem precedentes para a mídia mundial, mas a violência também confirma tendências de longo prazo”, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “A maioria das vítimas era de repórteres locais cobrindo notícias em suas comunidades”.

“Os agressores presumiram, com base nos precedentes, que nunca seriam punidos. Quer as mortes estejam no Iraque ou nas Filipinas, na Rússia ou no México, a mudança dessa presunção é a chave para reduzir o número de jornalistas mortos”, afirmou.

Todos, à exceção de duas das vítimas de 2009, eram jornalistas locais, disse o CPJ.

Quatro jornalistas foram mortos no Paquistão, três na Rússia, dois no Sri Lanka e no México e um na Venezuela, no Nepal, em Madagascar, na Nigéria, no Azerbaijão, na Indonésia, em El Salvador, na Colômbia, em Israel e nos Territórios Palestinos, no Irã, no Afeganistão e no Quênia.

Cerca de três quartos dos jornalistas assassinados em 2009 foram alvejados em retaliação ao seu trabalho; 11 foram mortos no fogo cruzado em situações de combate e sete morreram em coberturas perigosas, como protestos e batidas policiais.

Blogueiros

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) chegou a um balanço semelhante, com 76 jornalistas assassinados em 2009. Além disso, segundo a RSF, houve mais jornalistas agredidos ou ameaçados, passando de 929 em 2008 para 1456 no ano passado – um aumento de 56%.

Durante este ano, a RSF constatou que os poderes repressivos intensificaram a luta contra os veículos pela internet e contra blogueiros, tão vigiados quanto os jornalistas da imprensa tradicional.

A organização registrou 110 internautas detidos por ter expressado suas opiniões na internet, um número recorde que “ilustra a repressão sofrida na rede em uma dezena de países”.

A China continuou sendo o país que mais censurou a rede, segundo a RSF, que também denunciou o controle estatal no Irã, Tunísia, Tailândia, Arábia Saudita, Vietnã, Uzbequistão e Turcomenistão.

A pressão judicial sobre os meios de comunicação levou à prisão de 167 jornalistas no mundo, um número não visto desde 1990.

Número de jornalistas assassinados bate recorde em 2009

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