O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou hoje (1º) uma proposta orçamentária de 3,8 trilhões de dólares para o ano fiscal de 2011, que destina 159,3 bilhões para as operações no exterior, incluindo as guerras no Afeganistão e no Iraque.
Obama governa os Estados Unidos há pouco mais de um ano e já percebeu que a estimativa inicial para gastos com guerra era insuficiente. Ao assumir, ele previu gastar 130 bilhões em 2010 e 50 bilhões em 2011.
A proposta apresentada hoje inclui 33 bilhões adicionais para programas de defesa em relação ao orçamento atual (aumento de 3%) e amplia em 2,6% os fundos para o Departamento de Estado, excluindo os custos atribuídos às guerras.
O Departamento de Segurança Nacional – encarregado de todos os aspectos de segurança dos EUA, incluindo a vigilância nas fronteiras – também receberá aumento de 2% em seu orçamento, até 43,6 bilhões de dólares, e um investimento de 734 milhões de dólares para apoiar o desenvolvimento de mil scanners corporais para detectar explosivos e garantir a segurança nos aeroportos.
O aumento também tem o objetivo de ampliar o número de voos vigiados por agentes federais infiltrados, para prevenir ataques aéreos.
De acordo com o orçamento, o déficit orçamentário atingirá o valor recorde de 1,56 trilhão de dólares, ou seja, 10,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o jornal Chicago Tribune, o déficit não chegava a tal nível desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O déficit acumulado dos EUA nos próximos cinco anos deve chegar a 5,08 trilhões de dólares.
Também hoje, o Pentágono deve divulgar seu plano quadrienal de estratégia e gastos militares. O plano deve trazer uma mudança de foco nas prioridades de defesa, substituindo “guerras regionais” por uma “multiplicidade de ameaças”, como ataques cibernéticos, guerrilhas “híbridas” e terrorismo localizado.
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Inimigos
As despesas com as guerras em andamento e a preocupação redobrada com “ameaças terroristas” estão sendo responsáveis por ampliar o rombo orçamentário norte-americano, que já vinha do governo anterior.
Analistas afirmam que, embora planejasse reduzir a participação nos conflitos do Iraque e do Afeganistão, Obama teve de assumir compromissos que não esperava, como o envio de mais 30 mil homens a este último país – anunciado dias antes de o presidente receber o Prêmio Nobel da Paz.
“As guerras no Afeganistão e no Iraque forçaram as forças armadas dos EUA a se concentrarem no inimigo de fato, mais do que em ameaças potenciais. E isso será refletido nos gastos com defesa”, escreveu Jonathan Beale, comentarista da rede britânica BBC.
Embora o orçamento como um todo tenha recebido críticas da oposição, pelo menos os itens sobre as despesas militares contam com a concordância dos republicanos.
“O montante previsto garante que nossas tropas tenham os recursos de que precisam para cumprirem sua missão”, disse o deputado John Boehner, líder da bancada republicana na Câmara, citado pelo site Politico.com.
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