Na primeira coletiva de imprensa como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama renovou o pedido para que o Congresso aprove com rapidez o plano de estímulo econômico de US$ 800 bilhões e fez duras críticas aos republicanos. Obama disse que o pacote é necessário e que gastos não serão poupados para que o “círculo vicioso” das demissões e da queda do consumo seja quebrado.
Na conversa com jornalistas ontem (9) à noite, Obama não economizou palavras dramáticas para descrever a situação da maior economia do mundo. Obama disse não duvidar da sinceridade dos republicanos, mas criticou o fato de eles acharem que “simplesmente não deveríamos fazer nada”, em referência à ala republicana que, por sua vez, taxa o pacote econômico de “reunião de despesas descontroladas”.
Obama reconheceu que pedir ao Congresso mais de US$ 800 bilhões não é como imaginou começar na Presidência. No entanto, rebateu com o argumento de que qualquer atraso em aprovar o plano poderia fazer a economia cair em um espiral descendente, como o que atingiu o Japão nos anos 1990. “Eu herdei o déficit que tenho agora e a crise econômica que tenho agora”, afirmou, se referindo aos oito anos de governo George W. Bush (2001-2008).
O pacote econômico foi aprovado na Câmara sem nenhum voto republicano no dia 28 de janeiro. O Senado deve votá-lo ainda hoje (10). Se aprovado, o programa deverá ser harmonizado com a versão já ratificada pela Câmara antes de ser enviado à Casa Branca.
Desde o início da recessão, há pouco mais de um ano, o país perdeu 3,6 milhões de empregos.”Não fazer nada, ou pouco, gerará um déficit ainda maior, mais perda de empregos, de renda e de confiança. Esse é um déficit que pode transformar uma crise em uma catástrofe”, advertiu Obama.
Bancos são os culpados
E essa crise, segundo ele, tem um claro culpado: os bancos. “O que nos levou a essa confusão foram os riscos exorbitantes assumidos pelos bancos em títulos duvidosos com o dinheiro dos outros”, afirmou Obama.
O presidente negou que a origem dos problemas tenha sido a despesa excessiva dos norte-americanos, mas frisou que eles deverão se adaptar a novos modelos e descartar o modo de vida anterior, “insustentável”, segundo ele.
Apesar das críticas, o pacote financeiro mantém o apoio aos bancos, embora na entrevista Obama tenha enfatizado que isso estará condicionado à limitação da remuneração de executivos. Obama assinalou que seu Governo colaborará com essas entidades para livrá-las dos títulos de má qualidade que afetam suas contas, de modo que “se restabeleça a confiança” nos mercados financeiros.
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, apresentará nesta terça o plano do Governo para usar os US$ 350 bilhões restantes do fundo para estabilizar o sistema bancário aprovado pelo Congresso no ano passado.
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