Em meio aos questionamentos pela recente decisão de reforçar a presença militar norte-americana no Afeganistão, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu hoje (10) o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, capital da Noruega. No discurso, ele afirmou que a guerra às vezes é necessária para combater o mal no planeta e garantir a segurança dos Estados Unidos, embora os custos possam ser elevados.
Jewel Samad/AFP
Ele ainda disse que os EUA não podem sacrificar seus ideais. “Os instrumentos de guerra têm um papel a desempenhar para manter a paz”, argumentou o presidente hoje, dias após ordenar o envio de 30 mil soldados a mais ao Afeganistão.
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Obama começou sua fala citando alguns laureados anteriores com o prêmio, lembrando que não pode se ombrear em importância histórica com alguns deles, como o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela. Ele disse que, comparado com seus antecessores, seus feitos são “escassos” até agora.
Em seu discurso, Obama repassou suas propostas de política internacional e ressaltou que o compromisso dos EUA com a segurança global não fraquejará jamais, mas também disse que “EUA não podem agir sozinhos”.
Regimes
Obama defendeu também sua política de oferecer um diálogo aos regimes hostis, como fez em relação a Mianmar, Coreia do Norte e Irã. “A promoção dos direitos humanos, às vezes, deve ser combinada com uma diplomacia paciente”, afirmou.
“Sei que o diálogo com regimes repressivos carece da pureza satisfatória da indignação, mas também sei que as sanções sem uma aproximação e a condenação sem debate podem servir para perpetuar um 'status quo' prejudicial”, disse, acrescentando que “nenhum regime repressivo pode empreender um novo caminho a menos que tenha uma porta aberta.
Merecimento
Antes da cerimônia, Obama voltou a afirmar que outros candidatos talvez fossem mais merecedores do Prêmio Nobel de la Paz.
“Não duvido que existam outros que talvez fossem mais merecedores”, declarou Obama durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, pouco antes de receber o prêmio na prefeitura de Oslo.
O presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, também defendeu a decisão de premiar Obama. “Muitos são os que acham que o Prêmio chega muito cedo, mas a história está cheia de ocasiões perdidas. É agora, hoje, quando temos a ocasião de apoiar as ideias do presidente Obama. Este prêmio é um chamado à ação para todos nós”, afirmou Jagland no discurso pronunciado na cerimônia de entrega do Nobel.
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