Barack Obama afirmou na noite desta terça-feira (11/09) que uma possível ação militar na Síria será adiada para que os EUA busquem uma solução diplomática para o conflito após a proposta da Rússia. No entanto, o norte-americano alertou a comunidade internacional que, se o plano falhar, o “Exército está pronto para atuar”.
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Agência Efe
Obama durante pronunciamento em Washington
Em pronunciamento em rede nacional, Obama afirmou que “ainda é cedo para dizer se o plano russo terá êxito”. “Qualquer acordo deve certificar-se de que o regime de Assad mantenha seus compromissos. Mas essa iniciativa tem o potencial de remover a ameaça de armas químicas sem o uso da força”, disse.
A Rússia propõe que o presidente Assad entregue as armas químicas à comunidade internacional para evitar uma intervenção militar.
“Nós não podemos resolver a guerra civil alheia pela força. Mas a situação na Síria mudou depois que o governo sírio fez um ataque químico, matando mais de mil pessoas. Os EUA encorajarão inimigos se não fizer nada sobre Síria”, disse Obama. “Em que mundo nós viveríamos se os EUA deixassem que um ditador usasse esse veneno [gás sarin]?”, continuou. “É isso que faz os EUA diferentes, excepcionais. Com humildade e determinação, sem perder o foco da verdade”, finalizou.
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“Uma ação militar na Síria intensificaria o sofrimento da população que permanece dentro do país e afastaria uma solução negociada para a guerra civil”, disse hoje (11) a comissão da ONU que investiga os crimes ocorridos nesse país.
Segundo informações da Agência Efe, o grupo de juristas que compõe a comissão divulgou seu último relatório sobre a situação na Síria, que cobre o período de 15 de maio a 15 de julho, no qual acusa tanto às forças governamentais como os grupos armados opositores de “crimes de guerra”.
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O relatório revela também que grupos armados curdos se transformaram em atores importantes no conflito e recrutam e utilizam crianças como soldados nos confrontos. “Não há solução militar”, afirmaram os juristas que integram a equipe, liderada pelo brasileiro Sergio Pinheiro.
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O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, afirmou ontem (10) que o país “está pronto” para assinar a CWC (Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas, na sigla em inglês), segundo a agência de notícias Interfax e a emissora de televisão Al-Mayadeen.
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O presidente russo Vladimir Putin disse, no entanto, que a entrega das armas químicas da Síria à comunidade internacional só vai funcionar se os Estados Unidos e seus aliados cancelarem os planos de um ataque contra o governo de Bashar al Assad.
“Certamente, isso tudo é razoável, mas só vai fazer sentido, só vai funcionar se os Estados Unidos e seus aliados nessa questão se comprometerem a renunciar ao uso de força, porque é difícil fazer qualquer país – a Síria ou qualquer outro país no mundo – se desarmar unilateralmente se há uma ação militar contra ele sob consideração”, afirmou Putin, de acordo com o portal RT.