A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou um relatório nesta terça-feira (14/03) em que prevê que a Espanha continuará a trajetória de crescimento que vem registrando desde 2014, mas alerta que, mesmo assim, a pobreza aumenta por falta de empregos de qualidade.
De acordo com o órgão, o PIB do país vai crescer acima de 2% em 2017 e 2018, seguindo os resultados positivos dos últimos anos (1,4% em 2014 e 3,2% em 2015). Para 2016, a previsão é que os números fechem, novamente, em 3,2%.
Apesar disso, os índices de desemprego, mesmo que estejam distante do pico de 2013 (quando 23% da força de trabalho do país estavam sem ocupação), continuam altos – na casa dos 19%. Entre os jovens, a taxa chega a 42,7%.
Tomás Fano / Flickr CC
Praça Porta do Sol, em Madri, capital da Espanha: o atual mercado de trabalho do país é caracterizado pela alta presença de trabalhadores temporários e de meio-período
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Segundo a OCDE, o atual mercado de trabalho da Espanha é caracterizado pela alta presença de trabalhadores temporários (25,7% em 2015) e de meio-período (15,2%). Os que estão nesta categoria, afirma a organização, passam por períodos de desemprego e subemprego, gerando redução salarial e aumentando a pobreza.
A pesquisa identificou vários problemas no mercado de trabalho espanhol. Dentre eles, está o alto desemprego, a falta de qualificação e a grande quantidade pessoas sem ocupação no longo prazo, que representam quase metade dos entrevistados.
“As finanças públicas [da Espanha] estão melhorando e as importantes reformas estruturais implementadas nos últimos anos. Apesar de essa ser uma performance impressionante, é importante que essa onda de reformas seja mantida, par superar os muitos desafios restantes e garantir uma transição gradual para uma economia realmente baseada no conhecimento. A recuperação precisa ser, também, inclusiva, atuando nas desigualdades e promovendo oportunidades e maior bem-estar para todos”, disse o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría.