A ocupação chinesa no território do Tibete completa 50 anos hoje (10). O líder dos tibetanos, Dalai Lama, defendeu a continuação da resistência por meios não-violentos e acusou o regime de Pequim de causar a morte de “centenas de milhares de tibetanos” com as campanhas repressivas aplicadas na região. O governo chinês disse que o monge mente e divulga rumores.
Em discurso pronunciado na localidade indiana de Dharamsala, onde ficam as autoridades tibetanas no exílio, o Dalai Lama lamentou que seu povo tenha “experimentado o inferno na terra” ao longo de todos esse anos.
O Nobel da Paz em 1989 lamentou a ausência de resultados das sucessivas negociações com as autoridades chinesas – as últimas foram em 2002 – e insistiu na reivindicação de uma “autonomia legítima e significativa” para o Tibete “dentro da República Popular China”.
China mantém postura
O governo chinês disse que as afirmações do Dalai Lama sobre a morte de tibetanos desde a ocupação chinesa da região são falsas. “O grupo do Dalai Lama confunde o bem e o mal, divulga rumores”, disse um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Ma Zhaoxu, que acrescentou que não faria mais comentários sobre “as mentiras” do monge budista.
O presidente da China, Hu Jintao, reivindicou a criação de “uma grande muralha” pela estabilidade e contra o separatismo no Tibete.
O presidente pediu que deputados tibetanos da Assembléia Nacional Popular (Legislativo) coloquem em prática as políticas de Pequim para avançar na construção de “um novo Tibete socialista unificado, democrático, próspero e harmônico”.
Pequim reconheceu um aumento de forças de segurança no Tibete e nas províncias vizinhas “para se encarregar de qualquer infiltração e atividades de sabotagem do círculo do Dalai Lama e de outras forças hostis”, disse um comissário político dos corpos de Polícia armada no Tibete.
Manifestações
Demonstrações de repúdio à ocupação do Tibete pela China aconteceram em toda a Ásia. Em Nova Délhi, os manifestantes levavam bandeiras e cartazes por um “Tibete livre”, assim como de agradecimento à Índia por tê-los amparado.
“Pedimos à China que pare o genocídio cultural no Tibete. Tentam fazer os tibetanos desaparecer deste planeta e não vamos aceitar isso. Somos contra qualquer política chinesa e pedimos a seu Governo que deixem o Tibete”, disse à Agência Efe o porta-voz do Congresso Tibetano da Juventude, Penpa Tsering.
Já os tibetanos exilados no Nepal protagonizaram protestos em Katmandu e participaram de uma prece por ocasião do aniversário da fracassada revolta tibetana contra Pequim.
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