O diretor-geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Juan Somavia, alertou hoje (03/02) que parte das insatisfações da população do Egito é com o elevado déficit de emprego no país. De acordo com ele, as autoridades egípcias foram advertidas sobre a necessidade de buscar solução para a ausência de oportunidades de emprego.
Para Somavia, é fundamental dar atenção aos apelos dos manifestantes que, há dez dias, protestam nas principais cidades egípcias. No Egito, o índice de desemprego em 2010 foi de 9,4%. Mas segundo especialistas, o que preocupa é o elevado percentual de jovens sem trabalho nem perspectiva. Dados gerais mostram que dois terços dos jovens com menos de 30 anos não trabalham e têm baixas perspectivas de se encaixarem no mercado de trabalho.
Nos protestos, os manifestantes, além de críticas ao governo, apelaram para a criação de uma federação sindical independente, por mais empregos, por um salário mínimo adequado, proteção social e liberdade de associação.
Leia mais:
Situação piorou após discurso de Mubarak, diz professor da USP que está na capital do Egito
Embaixador brasileiro no Cairo não crê em transição tranquila de poder no Egito
Museu Nacional do Cairo é atingido por coquetéis molotov
Uma nova verdade desponta no mundo árabe
Forças de segurança entram em choque com manifestantes no Egito
Crise financeira reduziu à metade o crescimento de salários no mundo até 2009, diz OIT
“Estou certo de que todos os egípcios irão encontrar uma maneira de se unir a fim de assegurar que os jovens de seu país possam ter um futuro de dignidade e trabalho decente. A OIT está disposta a prestar toda a assistência que pode ser útil para este fim”, disse o diretor-geral.
Para Somavia, o apelo da população deve ser atendido pelas autoridades egípcias. “[Solicito às autoridades do Egito para que] ouçam com atenção e sinceridade as vozes do povo”, afirmou Somavia. “A responsabilidade, em primeiro lugar, é para proporcionar empregos decentes e boas oportunidades de manter uma vida decente “, completou.
'Nova era'
Somavia acrescentou ainda que o mundo acompanha com “respeito” as manifestações no Egito, que demonstram a força e a coragem do povo. “Será de fundamental importância que o governo e todos os outros intervenientes comprometam-se em promover uma ação pacífica para abrir o caminho para uma nova era de justiça social na história de orgulho do Egito”, disse.
Segundo o diretor-geral da OIT, o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi alertado sobre a “gravidade do déficit de trabalho” no país, assim como os problemas decorrentes do desemprego, do subemprego e do trabalho informal. De acordo com ele, o mercado egípcio registra uma das taxas de desemprego “mais altas do mundo”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL