Quase 300 pessoas estão atualmente em poder de piratas que operam nas águas da Somália. Os ataques, cuja frequência aumentou no último ano, ocorrem com mais violência e os pedidos de resgate estão cada vez maiores, segundo um relatório divulgado pelas Nações Unidas.
O documento foi elaborado pelo secretário geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, com o objetivo de ser analisado nesta terça-feira (15/05) pelo Conselho de Segurança.
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O número exato de reféns neste momento é de 291 pessoas, que pertencem a 16 barcos atacados em alto-mar, segundo dados da Organização Marítima Internacional.
Em 2011, a organização registrou 33 ataques piratas, diante de 55 em 2010. No entanto, no período, aumentaram significativamente o número de tentativas, mesmo que frustradas. Em 2011, os piratas tentaram 287 ações contra 174 registradas no ano anterior.
Em um sentido geral, a análise alerta a respeito de um aumento dos riscos políticos na Somália a apenas quatro meses da conclusão do chamado período de transição no país.
A esse respeito, o documento refere-se a vários fatores políticos e de segurança, entre eles o atentado suicida do último 4 de abril no Teatro Nacional.
O texto também assinala um aumento das tensões entre as regiões da Puntlandia, Somalilândia e o governo Federal de Transição por conta da formação do autoproclamado Estado Khaatumo nas regiões de Sool, Sanaag e Cayn, no norte de Somália.
Na mesma linha reconhece-se um crescimento dos ataques do grupo armado Al-Shabaab, em particular na capital do país, “ainda que muitos deles foram frustrados ou fracassaram”.
Por fim, a ONU também destaca que a Somália sofre com uma das mais altas taxas de desnutrição do mundo e ainda há 2,5 milhões de pessoas, mais de um terço da população, carente de ajuda de subsistência.