O secretário para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse que espera “garantias formais” do Talibã para que as agências da entidade possam atuar livremente no Afeganistão.
A declaração vem antes de uma reunião prevista para esta segunda-feira (13/09) entre autoridades da ONU que vai definir os apelos principais a serem feitos ao novo governo afegão.
“Dois terços do país precisa de ajuda humanitária, isso antes mesmo dos eventos recentes”, disse Griffiths, se referindo à tomada de poder pelo Talibã que ocorreu no dia 15 de agosto.
Griffiths e sua equipe se reuniram com representantes do grupo islâmico em Cabul no dia 6 de setembro. Segundo o secretário da ONU, o vice-primeiro-ministro Mullah Baradar confirmou que irão cooperar para deixar que agências humanitárias atuem no país.
“Baradar, que é uma das mais altas lideranças do movimento nesta nova administração, confirmou o apoio a todos esses elementos. Ele agora está colocando todos os compromissos verbais em garantias formais e esperamos receber uma carta sua nesta segunda-feira em Genebra”, disse Griffiths.
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Griffiths e sua equipe se reuniram com representantes do grupo islâmico em Cabul no dia 6 de setembro
Talibã hasteia bandeira em Cabul
O grupo islâmico hasteou sua bandeira no palácio presidencial do Afeganistão, em Cabul, no último sábado (11/09), dia do aniversário de 20 anos dos atentados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono, nos Estados Unidos.
Realizados pela Al-Qaeda, os ataques de 11 de setembro de 2001 serviram de estopim para a invasão norte-americana no Afeganistão, que culminaria na derrubada do regime dos talibãs.
A bandeira branca com um versículo do Alcorão escrito em letras pretas foi hasteada pelo novo primeiro-ministro afegão, o mulá Mohammad Hassan Akhund, marcando o início oficial do governo interino.