O ministro da Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, participou nesta quarta-feira (11/07) de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e criticou o posicionamento assumido pelo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) diante do novo governo do Paraguai.
Na última terça-feira (10/07), o diplomata chileno José Miguel Insulza rejeitou que a OEA suspendesse o Paraguai de seu quadro de nações por conta da destituição do presidente Fernando Lugo. Contudo, para o chanceler brasileiro, esse posicionamento não constitui uma resolução final do órgão, que ainda se encontra em fase deliberativa.
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Para Patriota, há um sinal claro de que não há mais espaço na região para “aventuras antidemocráticas”. Ele assegurou que, desde a deposição de Lugo, a reação brasileira foi coordenada com os demais países da América do Sul. Suspender Assunção do Mercosul e da Unasul durante a Cúpula de Mendoza teriam sido “decisões difíceis”. Contudo, o ministro ressaltou que surgiram como “resposta a uma situação inaceitável”.
No que diz respeito à composição do Mercosul, o ministro buscou deixar claro que a reintegração do Paraguai só ocorrerá “quando houver plena vigência da ordem democrática” no país. Patriota julgou impossível formular especulações sobre quando isso ocorrerá, mas frisou que “eleições seriam um caminho” para tanto.
Agência Brasil
O Itamaraty vê de maneira positiva a incorporação da Venezuela ao Mercosul. Isso porque a medida “fortalece a América do Sul” e proporcionará “mais peso ao bloco”. Na comparação com o restante do continente, a Venezuela detém o quarto maior PIB e a quarta maior população da região.
“Com a Venezuela, o Mercosul se estenderá da Patagônia ao Caribe”, algo que supostamente fará com que o bloco se projete ainda mais como potência energética e fortaleça correntes financeiras e comerciais.
Logo após a suspensão do Paraguai, o Mercosul aceitou a integração da Venezuela a seu quadro de países. Nesse mesmo contexto, o governo de Federico Franco expulsava de Assunção o embaixador da Venezuela no país, José Javier Arrúe De Pablo, e o declarava persona non grata. O chanceler brasileiro assegura que há dois processos distintos em curso, pois a entrada da Venezuela já vinha sendo debatida entre os países sul-americanos há algum tempo.