A reforma do gabinete ministerial do presidente peruano, Alan Garcia, com a nomeação do presidente do Congresso, Javier Velásquez Quesquén, ao cargo de primeiro-ministro, levantou fortes críticas da oposição. A escolha de Quesquén, filiado ao governista Partido Aprista Peruano (PAP), em substituição a Yehud Simon, do PHP (Partido Humanista Peruano), de esquerda, foi vista como uma manobra para Garcia se cercar de políticos de seu partido.
A líder do PPC (Partido Popular Cristão), Lourdes Flores Nano, disse ao Peru 21 que a decisão é um sinal de que Alan Garcia está politicamente esgotado, sem opções em seu quadro político e que perdeu a capacidade de convocar políticos independentes de seu âmbito parlamentário, quando ainda lhe faltam dois anos de governo.
“A impressão é que o presidente se refugiou em seu próprio partido e isso é consequência do desgaste que o governo vem sofrendo”, afirmou.
Junto a Quesquén, no novo gabinete há seis ministros membros do PAP, liderado pelo presidente Alan García, o que os deixa claramente em maioria no Executivo de 16 ministros.
Para ela, a crise em Bagua o atingiu com força e a postura do governo – de acordo com ela, “de forte repressão” – foi determinante para seu enfraquecimento. No dia 5 de junho uma operação da Polícia para reabrir uma estrada em Bagua – na selva peruana, que tinha sido tomada por indígenas em greve – resultou na morte de 24 policiais e 10 civis.
No dia 10 de julho, Yehud Simon, como havia prometido anteriormente, renunciou ao cargo de primeiro-ministro.
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Sem confrontação
Por outro lado, Quesquén – que assumiu o cargo de primeiro-ministro hoje (13) – minimizou as críticas à sua nomeação, de que é visto como um apoiador incondicional de Alan García e sem peso político para, se necessário para, confrontar alguma decisão do presidente.
Disse que sua primeira função será a de coordenar a política geral do governo. “Como um primeiro-ministro cria uma agenda ou um programa de governo que confronta o presidente? Para isso existe o Parlamento, que tem que ser um contrapeso, os órgãos constitucionais”, afirmou.
O novo primeiro-ministro descentralizar sua gestão, prometendo aproximar o Estado das províncias.
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