Após o Irã receber um convite de última hora para participar da Conferência de Paz na Síria – que acontece nesta semana na Suíça – , a aliança opositora síria ameaçou se retirar das negociações. Formada pela CNFROS (Coalizão Nacional Síria), a oposição exige que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, retire o convite feito ao Irã, principal apoiador do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Agência Efe
Na última sexta-feira (17/1), a oposição havia aceitado participar da cúpula. “É ilógico e não podemos, de forma alguma, aceitar isso”, indignou-se um porta-voz da Coalizão, Anas al-Abdah, à rede Al Jazeera, em relação ao convite para o Irã.
[Ditador Bashar al-Assad acredita que finalidade da reunião é a luta contra o terrorismo]
“Acredito fortemente que o Irã precisa fazer parte da solução para a crise síria”, justificou Ban Ki-moon. “Mohammad Zarif [ministro iraniano das Relações Exteriores] garantiu que o Irã desempenhará um papel construtivo e positivo em Montreux”, completou o secretário.
Chamadas de “Genebra 2”, as negociações começam nesta quarta-feira (22/1) na cidade suíça de Montreux, com o intuito de colocar um ponto final à guerra civil para buscar um governo de transição à Síria. O conflito já matou mais de 100 mil pessoas e dura três anos.
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O convite ao país persa estava pendente, pois a participação de Teerã à conferência dependia do aval de países como os Estados Unidos e a Rússia. Para EUA, França e Reino Unido, a participação do Irã só será apoiada se eles aceitarem a proposta de um governo de transição na Síria, o que implicaria apoiar a queda de Assad.
“É algo que o Irã nunca fez publicamente e é algo que há muito deixamos claro que é um requisito”, declarou Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, em comunicado. Já para o chanceler russo, Sergei Lavrov, excluir o Irã da cúpula seria “um erro imperdoável”.
Contudo, aos olhos de Assad, a tarefa do encontro seria a luta contra o terrorismo. “Isso deve ser o resultado mais importante da conferência. Qualquer resultado político que não inclua isso não deve ter valor algum”, afirmou o presidente sírio, em entrevista à AFP.